Coluna do Rui Grilo

Pelo 2º ano, Brasil lidera ranking de combate à fome

Rui Grilo
Apenas essa manchete seria motivo suficiente para considerar que este foi um ano muito bom. E a felicidade seria plena se não víssemos mais nenhum ser humano puxando carroça de sucata ou pedindo esmola para matar a fome.

Também seríamos mais motivos para comemorar se o nosso lixo não fosse mais levado para Tremembé, a um custo tão alto que o preço que todos nós pagamos é ver a cidade completamente abandonada. Se os nossos atletas tivessem incentivo e apoio para disputar provas em outros municípios e não precisassem se mudar daqui para continuar sua carreira.

Também nos sentimos impotentes perante um Estado que ainda não é capaz de fazer uma contagem de tempo de serviço e garantir a aposentadoria para quem merece, mas que é rápido para cobrar impostos e multas. Fica a sensação de que quando esse direito for publicado no Diário Oficial já não haverá mais tempo para desfrutá-lo.

Mas para quem viveu a tragédia de ver o governo de Jânio Quadros após a abertura proporcionada por Mario Covas, e o Governo de Luiza Erundina ter como sucessor Paulo Maluf e Pitta, nada mais pode assustar. Só para se ter idéia do que isso representou, Jânio Quadros mandou recolher e queimar as coleções de Retratos do Brasil enviadas às bibliotecas das escolas. Milhares de funcionários tiveram que responder processos e houve escolas em que todos os funcionários foram suspensos, permanecendo sem aulas durante um mês.

Saber que após Lula vamos ser governados por uma mulher que esteve à frente dos projetos mais importantes do seu governo é uma boa perspectiva para o ano que se inicia no próximo sábado.

Este ano foi um ano de muito trabalho mas também de muita satisfação. Enquanto muitos, ao envelhecerem sentem que perdem a maior parte dos amigos, continuamos a ampliar nosso círculo. E o dia é tão pequeno para todas as tarefas e planos que temos que desenvolver. É necessário deixar de lado as picuinhas para sobrar tempo para aquilo que é relevante, que vale a pena fazer e que traz muita satisfação, apesar do cansaço. Não há lugar para a insônia, porque as noites em claro são tempos que se ganham para desenvolver projetos. E a ânsia em realizá-los é tanta que não se percebe o esforço dispendido.

Para relaxar, ficam os momentos em que se observa o nascer do sol, o vôo do beija-flor e a beleza das flores que teimam em nascer todos os dias.

Rui Grilo
ragrilo@terra.com.br  

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