Coluna do Celsinho

Pepino

Celso de Almeida Jr.
Em cidade próxima, fui à padaria.

Sete horas da manhã.

Percebi a falta de um funcionário.

Pai na chapa.

Mãe no balcão.

Filha, em uniforme de colégio caro, teclando celular.

Demorou a notar minha presença.

Pedi um café com leite e um pão com manteiga.

Sinalizou para esperar.

O pai, homem sofrido, percebeu.

Solicitou que a moça ajudasse.

Esta, disse que iria para o caixa, onde já formava fila.

Não estressei.

Aguardei um pouquinho e contei com o pai pós-chapa.

Levei copo e prato a uma mesinha solitária.

Fiquei observando a má vontade da garota.

Em poucos minutos, disse que não dava mais para ajudar, tinha que ir à escola.

Tudo bem.

Adolescência tem destas coisas.

Pensei nos pais.

Certamente, não poupam energia para garantir educação de qualidade para a filha.

Falta, porém, chamá-la à responsabilidade, explicando que é preciso estar atenta aos esforços da família, à luta pela sobrevivência.

Orientar a juventude torna-se menos difícil quando na infância a formação foi pautada em valores sólidos e no respeito aos primeiros limites.

Há muito tempo sabemos que é de menino que se torce o pepino...

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