Reflexões etílicas

Velhos de esquerda

Como é sabido o mundo muda quando Luiz Inácio fala. Depois que ele afirmou, com o discernimento e a clareza que lhe são peculiares, que homens com mais de sessenta anos, de esquerda, têm problemas, não há outro assunto nos quatro quadrantes. Em Cuba, do telhado, Fidel pediu que a “Academia de Ciências” desse explicações. O presidente perpétuo estranhou a afirmação do “compañero”. O que está acontecendo comigo, perguntou Fidel ao médico real, digo médico do povo. Tenho problemas? E Oscar? Meu grande amigo Oscar, quase centenário e ainda vermelho como um tomate maduro, tem problemas? O médico fitou longamente a ponta da caneta que tinha entre as mãos e disse sussurrando após pigarrear:
- Comandante, como sempre Lula tem razão, mas nós encontramos um antídoto para o mal da idade madura. Sem que o senhor soubesse, todos os dias uma pílula foi colocada em seu café, desde que o senhor completou sessenta anos. Oscar também recebe o antídoto nos charutos que lhe enviamos. A sua fé inquebrantável na revolução permanecerá incólume através do tempo. Basta uma pílula por dia e o liberalismo está fora de cogitação, definitivamente afastado. Viagra ideológico. O problema comandante é que Lula tem jogado as pílulas fora. Estavam dando urticária quando misturadas com uísque envelhecido por mais de doze anos. Lula ultimamente só toma scotch de dezoito anos. São os males da mudança de classe, com pinga ele seria esquerdista para sempre. Fidel ouviu calado e retornou ao ponto mais alto do telhado, de onde se recusa a sair. (Sidney Borges)

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