Coisas da vida...

Morreu?

Sidney Borges
Depois de receber um e-mail com a pergunta enigmática que dá título a este post resolvi voltar à carga. Não morri. Ainda não, mas certamente morrerei, o que me causa apreensão. Gosto de café com bolinho de chuva. Haverá isso no pós-canela-esticada? Já pensei em construir uma nave e me mudar. Fixar residência no horizonte de eventos de um buraco negro. Onde o tempo não passa. Vida eterna.

Ontem saí de casa para votar. Chovia. As ruas estavam movimentadas, muita gente caminhando pra lá e pra cá. Votei no Caramez para deputado estadual. Foi o meu cachorro quem deu a dica, quando saí ele latia: caramez, caramez, caramez, au, au... Para deputado federal votei no José Aníbal e para senador no Aloysio e no Yázigi. Cravei 45 para governador e presidente.

Acertei quase todos, só perdi um, embora o candidato derrotado a quem dei meu voto (Yázigi) tenha surpreendido com uma votação maiúscula para um estreante que não é artista nem futebolista.

Mas nem tudo foram rosas nos últimos dias. Confesso que cheguei a ficar apreensivo.

Quem não ficaria ao constatar o rumo das pesquisas. Explico: não conheço ninguém que tivesse mudado a intenção de voto e a maioria dos meus amigos e conhecidos sempre manifestou intenção de sufragar o nome de José Serra. Muito antes da avassaladora virada que levou Dilma à "vitória no primeiro turno" com folga, conforme ibopes e vox pópulis da vida apregoavam aos quatro ventos.

Com a dúvida pairando no ar, calei. Em minha cabeça circulava um mantra: "estou errado, ultrapassado, completamente enganado". Cheguei a acreditar nisso, mas o íncubo que sopra coisas na minha orelha advertia: calma bicho, a realidade não é o que parece.

O diabo é sábio não por que é o diabo, sim por que é velho. Como é velho o discurso petista dos últimos dias, com palavras de ordem da década de 1960. A radicalização verbal e a prática conservadora conflitante não convenceram o eleitorado.

Em Ubatuba nada mudou. Venceu Serra, venceu Alckmin, venceram Aloysio e Netinho. Marta Suplicy perdeu, assim como Eduardo Suplicy havia perdido para Afif Domingos.

O candidato a deputado estadual, Gil Arantes, apoiado pelo prefeito Eduardo Cesar, teve 5760 votos (5362 em 2006). Com a campanha milionária que vimos na cidade e o substancial apoio da máquina administrativa, achei pouco. Imagino que ele também achou.

Já o vereador Maurão passou raspando, continua vereador, mas é quase deputado. Federal!

O Brasil perdeu mais uma vez a oportunidade de eleger um presidente capaz de mudar o panorama. Enquanto o trem bala do PT que vai interligar cidades e vilarejos compreendidos entre o Oiapoque e o Chuí não chega, o aerotrem de Levi Fidelix está pronto a materializar-se.

Fica pra próxima.

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Comentários

Saulo Gil disse…
O pior é ter de esperar as promessas Alckimistas. Nas eleições de 2002 (não a de 2006) ele prometeu esgoto no Perequê Açu, duplicação da Tamoios, Hospital Regional e praias despoluídas. 8 anos depois, o Brasil cresceu com Lula e o Litoral Norte continuou com o Perequê fedendo a merda, congestionamento, deslizamentos e buracos na Tamoios, Santas Casas lotadas e falidas, e quase o dobro de poluição fecal nos mares, por falta de saneamento, na comparação 2001/2010.
Esse é o resultado da reflexão política do povo da região: Alckmin e Tiririca.
sidney borges disse…
Também não gostei da eleição do Tiririca.
Saulo Gil disse…
Pelo peso dos cargos e pelo histórico administrativo na região, a eleição de Alckmin deveria gerar muito mais desgosto.
sidney borges disse…
Depende do ponto de vista.

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