Coluna do Ednelson
Mídia forte, cidade forte
Ednelson Prado
Empresário e Jornalista
Gostaria de começar a escrita agradecendo o convite do
colega Sidney Borges para ocupar este espaço. Para mim, é uma grande satisfação
poder voltar a escrever e falar sobre coisas de Ubatuba.
Fiquei, também, muito feliz pela retomada do Ubatuba Víbora.
A cidade carece de um espaço para reflexões, discussões e opiniões.
Sou do tempo da saudosa Rádio Costa Azul, uma emissora que
não só fez história na cidade como, também, ajudou a escrevê-la. Infelizmente, a rádio foi desmontada por um
grupo político que assumiu seu gerenciamento há alguns anos e que, em pouco
tempo, a tirou do lugar de destaque na sociedade local para exterminá-la por
completo, causando enormes prejuízos para o município.
Desde o seu fim, sinto a ausência de um espaço para que
possamos abordar e discutir problemas da cidade. Uma rádio local cumpre bem
esse papel. Sei que temos três rádios oficiais atuando em Ubatuba, sendo uma
comercial e duas comunitárias. Porém, nenhuma delas conseguiu, até agora,
ocupar esse vazio deixado por uma emissora que se notabilizou, por anos, pelo
trabalho informativo e analítico, como fez a Costa Azul, por décadas.
A volta do Ubatuba Víbora pode, muito bem, ser a retomada de
um ou mais espaços para que possamos abordar temas importantes. Ele já cumpriu
esse papel, no passado.
Uma cidade sem veículos de comunicação fortes sofre pelos
desmandos do poder público. A imprensa sempre teve e sempre vai ter um papel
social fiscalizador.
Eu sei, pois hoje minha área de atuação é justamente as
redes sociais, que elas podem ser espaços para abordar e discutir os temas
relacionados à gestão pública, por exemplo. Afinal, a população pode, pelas
redes emitir opiniões, apontar falhas e reivindicar melhorias. Mas sei, também,
que, por mais democrática que sejam as redes, o jornalismo sempre vai ser
jornalismo, quando conduzido de forma séria e responsável.
É claro que todos nós temos o direito à opinião e à crítica,
esse é um princípio garantido pela Constituição. Porém, não podemos prescindir
da análise crítica, do papel social do jornalismo. O jornalista atua de forma
diferente da maioria da população. Suas opiniões e suas análises são
decorrência de toda sua experiência e de
seu conhecimento quanto à importância da imparcialidade e da coerência em prol
da informação. Pelo menos, assim deveria, pois sabemos que, como em qualquer
profissão, há bons e maus profissionais.
O jornalista, é importante destacar, quando parte para uma
análise, uma crítica, ele carrega consigo princípios éticos e conhecimentos
diversos acerca dos temas. Para isso, na faculdade, ele estuda disciplinas como
sociologia, antropologia e filosofia, entre outras.
Ubatuba é uma cidade que merece toda a nossa atenção, e ao
falar dela, deve haver sempre a preocupação de ajudar a apontar caminhos e
colaborar para que ela se desenvolva da melhor maneira possível. Por essa
razão, em nenhum momento, haverá aqui a intenção de denegrir ou arranhar a
imagem de quem quer que seja.
Eu sempre digo que nós sabemos, de maneira geral, quais são
os problemas enfrentados. Focar neles, de nada vai adiantar. O importante é
concentrar forças e atenção nas soluções.
Quando falamos de Ubatuba, tenho certeza, de que todos nós
temos sempre a sensação do amor
incondicional. Não acredito que ninguém, cidadão ou gestor, nutra quaisquer
outros sentimentos que não sejam de carinho, respeito e muito amor.
Sabemos que, muitas vezes, interesses outros prevalecem, mas
não acredito que haja, por parte de qualquer pessoa que nasceu, morou ou mora
em Ubatuba, uma intenção de causar prejuízos à sua imagem. Para alguns, talvez
falte possibilidades e oportunidades, para outros competência, mas duvido que
em alguém resida intenção deliberada de causar prejuízos. No entanto, também
acredito que os prejuízos estão aí, à mostra, à frente de todos. E é desses
prejuízos que temos de fugir.
Precisamos de soluções, caminhos melhores. Espero,
particularmente, aproveitar esse espaço para isso, ajudar, não a um governo,
mas à cidade, a apontar caminhos que colaborem para o seu desenvolvimento,
ordenado e sustentável.
Na próxima escrita, já adianto, espero falar de geração de
empregos. Pois esse é um problema que precisa ser tratado com urgência e com
soluções reais e factíveis.
Obrigado Sidney pela oportunidade e obrigado por trazer o
Ubatuba Víbora à tona, mais uma vez. Ubatuba precisa de mais espaços para
discussões. Você está de parabéns.
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