Coluna do Celsinho

Novos caças, velhos ideais

Celso de Almeida Jr.
Na quarta-feira, quando o Ministro da Defesa, Celso Amorim, citou que a escolha do Saab Gripen NG para a FAB - Força Aérea Brasileira - permitirá o desenvolvimento de um caça nacional de alto desempenho, atendendo as demandas específicas de nossa aviação militar, lembrei-me de um artigo do mesmo ministro publicado na Folha de São Paulo, na metade deste ano: “A atualidade de José Bonifácio”.

Nele, Celso Amorim homenageava o Patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva, num brinde aos 250 anos de seu nascimento, ocorrido em Santos, em 13 de junho de 1763.

Com estas palavras, Amorim abriu seu texto:

“O Brasil tem que se defender de ameaças e de efeitos de conflitos alheios. Tais riscos não estão sempre distantes, como por vezes pensamos.”

E, entre diversas citações de Andrada e Silva, comentou:

“A aguda preocupação com a independência do Brasil se traduzia, em José Bonifácio, no estímulo a uma política externa altiva e a uma política de defesa robusta. Ambas integram-se no que se poderia denominar, com palavras de hoje, em uma grande estratégia de inserção internacional pacífica e soberana.”

É possível que, ao anunciar a aquisição dos caças suecos, o artigo tenha voltado ao pensamento de Celso Amorim, como uma das muitas ferramentas que o diplomata e outros brasileiros usaram para sensibilizar a sociedade e o governo para a urgência da tomada de decisão sobre o tema, que há décadas se arrastava.

Neste sentido, curiosamente, as questões básicas consideradas por José Bonifácio como essenciais para que o Brasil ocupasse o lugar que lhe competia entre as nações foram, sempre, tratadas muito lentamente.

Foi assim com a proteção ao índio, a extinção da escravidão, a instalação da capital no centro do país, a reforma agrária...
Seguindo a tradição, portanto, as questões de segurança e o fortalecimento de nossas defesas e avanços tecnológicos mantém o ritmo de todos os grandes temas nacionais.

Muitas mudanças para o país sonhou José Bonifácio de Andrada e Silva e suas ações tornaram real a independência e a unidade nacional.

Não venceu, porém, a morosidade brasileira para outras grandes decisões.
Deixou, entretanto, em extraordinários exemplos e lúcidos pensamentos, o bom rumo a seguir.

Visite: www.letrasdocelso.blogspot.com

Twitter

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu