Eleições 2010

A ossatura de uma campanha para presidente no Brasil!

Do Ex-Blog do Cesar Maia
1. O quadro eleitoral de 2010 vai sendo desenhado com 4 candidaturas: Serra, Dilma, Ciro e Marina. Potencialmente todas as quatro são competitivas. Ou seja, se tiverem instrumentos análogos para desenvolver suas campanhas, todos os 4 podem vencer, e isso dependerá da performance em campanha.

2. Uma campanha presidencial no Brasil tem 4 componentes: visibilidade básica indicada pelas pesquisas de opinião pré-eleitorais; condições de captação de recursos; tempo de TV; e capilaridade dada pela estrutura política de apoio nos estados, incluindo os candidatos a governador que o apoiam de fato.

3. a) As pesquisa de opinião mostram que o nome que vem no final, Marina, parte de quase 10% e, portanto é competitiva numa campanha de dois turnos. Os demais, por maior razão.
b) Todos os candidatos têm condições de captação de recursos, mesmo que diferenciadas, mas suficientes para TV, Rádio, papelaria, mobilidade, hospedagem, equipe, etc. Como se sabe, na parte final da campanha a captação de recursos será proporcional à probabilidade de eleição dada pelas pesquisas.

4. c) Tempo de TV é o primeiro elemento diferenciador. Serra conta com o tempo expressivo do PSDB e DEM. Dilma ainda mais, com pelo menos o do PMDB e PT. Ciro com um tempo insuficiente, se apenas tiver o tempo do PSB terá que buscar alianças que dobrem seu tempo. De qualquer forma, numa campanha de dois turnos o tempo que tem, articulado a uma boa performance de campanha pode levá-lo para a faixa dos 20% e torná-lo competitivo para o segundo turno.

5. Pior o caso de Marina com o reduzido tempo do PV. Nesse caso, ou conquista aliados que recoloquem seu tempo de TV a pelo menos o nível de Ciro, ou enfrentará uma campanha com esse obstáculo difícil de ser ultrapassado.
d) O último elemento, outra vez diferencia a favor de Serra e Dilma. Ciro tem alguma capilaridade, via PSB. Mas terá que ter candidatos a governador articulados com sua candidatura, em pelo menos 15 estados, sendo que entre estes os 10 com maior peso eleitoral. Se sua candidatura em abril de 2010 sinalizar clara possibilidade de estar à frente de Dilma, será menos problemático conseguir desenhar acordos que o aproximem de 15 candidatos a governador.

6. Já Marina enfrenta aqui um obstáculo quase intransponível, a menos que surpreendesse em pesquisas no entorno de abril, ultrapassando Ciro e Dilma ou colando neles quando poderia fechar alianças que lhe dessem a capilaridade necessária.

7. A exposição até junho de 2010 pode iludir Ciro e Marina, pois as condições até lá estarão igualadas a Serra e Dilma na pré-campanha. Mas se acreditarem que são suficientes e não levarem em conta que o tempo de TV e a capilaridade desmancharão o que conquistaram antes, a campanha pode os surpreender: negativamente.

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