Coluna do Celsinho
Um semestre
Celso de Almeida Jr.
Amigos provocantes insistem para que eu opine sobre os quase
seis meses do governo Maurício Moromizato.
Tudo bem!
Comentarei a questão.
Antes, peço um intervalo comercial; pode ser?
Ótimo. Vamos lá...
Plim-plim!
Desde 2008 faço parte da equipe do prof. Marcelo Pimentel.
Ele é proprietário da MP - Marketing Político e
Governamental, com sede em Taubaté, e dá consultoria a candidatos e governantes
no Brasil e em outros países.
Esta, acabou sendo a minha segunda atividade profissional,
já que também integro o time do Colégio Dominique, que há 35 anos funciona em
Ubatuba.
Pois é...política e educação...combinação interessante e
intensa, que permite uma abrangente visão do comportamento humano.
Apesar destes últimos cinco anos atuando profissionalmente
juntos, minha amizade com o Marcelo já dura três décadas.
Na política estudantil simpatizávamos com correntes opostas.
Ele, mais a esquerda, chegou a estudar em Cuba.
Eu...bem...tendia mais ao que se chamava direita.
Anote aí: um pouquinho só, tá?
Não me entusiasmava com o discurso dos vermelhinhos, cujo
ideal não me seduzia, já que considerava o modelo distante do meu conceito de
liberdade individual.
Sobre isso, tivemos uma passagem engraçada.
Em 1984 eu morava em São José dos Campos, onde estudava num
cursinho pré-vestibular.
Um belo dia, a dona da pensão me chamou para uma conversa.
Estava muito séria.
Mostrou-me uma correspondência que o carteiro acabara de lhe
entregar.
Um envelope timbrado, remetido pelo Partido Comunista do
Brasil, endereçado à pensão, aos meus cuidados.
Estávamos no final do regime militar e a dona Ilmênia,
bastante idosa, não via com bons olhos a foice e o martelo.
Enquanto eu ouvia o sermão, intimamente imaginava as
gargalhadas do Marcelo Pimentel, autor da gozação.
Hoje, quando observo a forma como lideranças de diversas
origens ideológicas se aliam, creio que não posso ser rotulado de simpatizante
da extrema direita só porque rejeitava o comunismo e já votei no Paulo Maluf.
Sobre este, num comício que realizou em Ubatuba, em frente à
Câmara, também na década de 80, lá estava eu batendo palmas, na turma do
gargarejo.
Enquanto isso, quem espreitava na esquina, de sunga, óculos
escuros e uma faixa sob o braço, aguardando a companheirada?
Ele mesmo; meu esquerdinha preferido!
Vendo-se solitário, mas fiel à causa, já ia entrar em ação
quando foi abordado por um policial que o encaminhou à delegacia para
esclarecimentos.
O motivo?
A faixa dizia: "Cuidado com a carteira, moçada! Maluf
no pedaço."
A ocorrência ganhou os jornais da região que consideraram
Pimentel o primeiro preso político da nova república.
Tempos inesquecíveis...
Hoje, maduros, experimentados, conhecedores das engrenagens
que movimentam a política, focamos nossa energia em sistematizar para os
clientes uma postura que se converta em ações focadas no que chamamos de
Cultura do Rigor.
Alicerçada em quatro colunas - ética, harmonia, gestão de
alto desempenho e disciplina orçamentária - obedece rigorosamente a Lei de
Responsabilidade Fiscal e os dispositivos pétreos da Constituição Federal.
Dando o melhor exemplo, Marcelo Pimentel mergulhou nos estudos
acadêmicos e hoje é doutorando em Portugal, onde conta com um escritório em
parceria com uma tradicional empresa de pesquisas de opinião e censo de Lisboa.
Generoso, compartilha conosco o seu conhecimento e
permite-nos atuar no Brasil e no exterior, expandindo nossa rede de
relacionamentos e visão de mundo.
Pronto!
Fim do comercial.
Plim-plim!
Volto ao quase primeiro semestre de Moromizato.
Para avaliá-lo, lembro que sou um cidadão comum: barbeiro,
fila da lotérica, bancos, café na padaria, giros com o carro, encontros casuais
no calçadão e outras fontes geram a base de dados para captar a percepção dos
ubatubenses.
Não é, portanto, uma análise científica, mas merece atenção.
Ouço basicamente dois comentários:
1) Ainda é cedo para os resultados, pois os problemas
herdados são enormes.
2) Já deveria ter mostrado a que veio.
O segundo tem se destacado de maio para cá, o que já indica
uma insatisfação se instalando.
Como conheço alguns auxiliares diretos do prefeito, posso
afirmar, até onde sei, que há competência e boa fé em boa parte dos que
integram o núcleo do poder.
Então, por que a insatisfação aumenta?
Talvez, um bom consultor possa orientar o prefeito,
contribuindo para a correção do rumo.
Indico um, excelente...
Visite: www.letrasdocelso.blogspot.com
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