Do que foge Okamotto?

Depor na CPI dos Bingos, ele não quer. E conseguiu uma liminar no Supremo Tribunal Federal que o livrou de depor - pelo menos por enquanto.
Ser acareado na CPI com o economista Paulo de Tarso Venceslau, ex-companheiro dele no PT, também não. Escapou com a ajuda de outra liminar.
Mas Paulo Okamotto, presidente do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), sabe que está chegando a hora de ter de encarar a CPI - e tenta ganhar tempo.
A CPI quer saber por que ele pagou do próprio bolso uma dívida de R$ 29 mil que Lula contraíra junto ao PT. E por que pagou uma dívida de campanha de R$ 26 mil da filha de Lula, Lurian.
Okamotto é suspeito de empobrecimento ilícito. E é acusado por Paulo de Tarso de ter comandado o caixa 2 do PT em eleições passadas.
Ele protagonizou ontem um vexame.
No fim da tarde, José Bráulio Rodrigues, escrivão da Polícia Federal, procurou Okamotto no prédio do Sebrae com uma intimação para que compareça à CPI na próxima terça-feira, dia marcado para sua acareação com Paulo Venceslau.
Até lá, a CPI tem esperança de derrubar a liminar obtida por Okamoto.
O porteiro do prédio tentou barrar a entrada do escrivão. Não conseguiu.
Ao chegar no andar do gabinete de Okamotto, o escrivão soube pela secretária Janaína Lopes que ele viajara. Janaína escreveu numa das cópias da intimação:
"Recebemos o original. O destinatário encontra-se em viagem de trabalho devendo retornar somente na próxima semana".
Janaína assinou, datou e registrou a hora: 17h34.
O escrivão foi embora. Mas voltou dali a minutos preocupado com o fato de que Janaína não escrevera na cópia "recebido". Preciosismo de escrivão...
Eis, contudo, que ao voltar ele deu de cara - com quem mesmo? Com Okamotto, ora. Que passou por ele ligeirinho e escapou de ser intimado.
O advogado Luís Justiniano de Arantes, que defende Okamotto nos rolos que ele tem, foi hoje ao Congresso explicar o que aconteceu.
Disse que seu cliente havia comprado passagens para viajar ontem a Belo Horizonte em dois horários diferentes: às 17h52 e às 18h35. E que Janaína pensara na hora em que recebeu o escrivão que o chefe dela já estava viajando.
Quer dizer: a culpa foi da secretária desatenta.
No caso das idas e vindas de Palocci à alegre mansão alugada por ex-assessores dele em Brasília, quase que a culpa sobrou para o caseiro que o viu por lá.
Em tempo: Okamotto manda dizer que vai se valer da Constituição de todas as maneiras possíveis para não ser ouvido pela CPI. Alega que a CPI foi criada para investigar jogo de bingo e que ele nada tem a ver com isso.

Fonte: Noblat

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