Coluna do Celsinho

Perigos do poder

Celso de Almeida Jr.
Há 34 anos, em 28 de setembro de 1978, Albino Luciani, o Papa João Paulo I, encerrava o seu breve pontificado.

Pouco mais de um ano antes, em julho de 1977, quando ainda era o Patriarca de Veneza, Luciani visitou no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, a religiosa Irmã Lúcia que na infância testemunhou as aparições da Nossa Senhora de Fátima.

Neste encontro enigmático, Lúcia disse a Luciani: “E quanto ao senhor, senhor padre, a coroa de Cristo e os dias de Cristo”.

Em seu diário, João Paulo I teria escrito: “Os dias de Cristo serão meus dias, minhas semanas, meus anos? Não sei.”

Aquele era o 25º dia de seu pontificado – que durou exatos 33 dias.

A história revela que há fortes indícios de que a morte de Luciani foi tramada por homens que descobriram que aquele Papa estava determinado a dar um basta em fatos graves que envolviam a igreja.

O diretor executivo do Banco do Vaticano, Paul Marcinkus, seria um dos primeiros prejudicados por João Paulo I.

Sua exoneração, desejo do Papa, traria à tona extensas negociatas com a Máfia Italiana.

Marcinkus era próximo do presidente do Banco Ambrosiano de Milão, Roberto Calvi, por sua vez amigo do advogado e financista siciliano Michele Sindona.

Os três mantinham relações com Lício Gelli, outro financista, que controlava a organização P2, foco de escândalos e assassinatos e que estaria infiltrada no Vaticano.

Pois é, prezado leitor, querida leitora.

Isso foi há mais de três décadas.

E, se for verdade, ocorreu no coração de um estado cujos alicerces são os amorosos pensamentos do novo testamento.

Se, num local tão sagrado, absurdos como esses teriam ocorrido, é razoável imaginar que nestas últimas décadas, em locais menos abençoados, coisas semelhantes aconteceram ou ainda aconteçam?

Leitores muito próximos ao poder possivelmente indiquem a correta resposta.

Visite: www.letrasdocelso.blogspot.com

Twitter

Comentários

Anônimo disse…
Vida dura a dos mafiosos italianos do passado.
Para embolsar uns trocados, eles foram até acusados de matar um papa!!!
Devem morrer de inveja ao ouvir as peripécias das licitações brasileiras e as historias do BNDES.
O Sindona sonharia em ser um Sivio Santos e com um FGC caindo do céu para salvar o Ambrosiano.
Eles não passaram da P2, nunca vão conhecer as delícias de licitar uma P58.

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu