Pitacos do Zé


Que indecência!

José Ronaldo Santos
Recebi agora mesmo, via e-mail, a propaganda de alguns concursos e de cursos por este Brasil afora. Está parecendo que ela chegou coroando o meu dia de estudos sobre o pensamento liberal em Locke, a teoria do Estado em Hegel e a transmutação de todos os valores em Nietzsche. É isso mesmo! Professor, para ser o esteio nesta sociedade do conhecimento, também precisa estudar mesmo estando de férias. Muitos até poderão dizer: “E eu com isso?”

Considerando a moral como o conjunto de regras que determinam o comportamento dos indivíduos na sociedade, convido cada leitor a reparar que, de todos os concursos propagandeados, a profissão de professor é a aquela de menor remuneração. “Ser docente é uma indecência!”. 

Não é uma incoerência? Quem, diante dessa situação, dessa falta de consideração, vai se motivar para manter essa sociedade do conhecimento? Ah! O que seria dos demais profissionais sem o alicerce lançado pelos docentes, construído na vivência escolar? “E você com isso?”. É função da moral garantir a concordância entre os indivíduos. E eu duvido que ainda tenha gente que não aposte na educação como o melhor caminho para alcançarmos uma nova sociedade. Ser docente: que tal a valorização deste trabalho?

Eis uma breve produção após receber notícias dos amigos Beto e Júlio, ambos continuando firmes em seus engajamentos, em seus trabalhos sociais. Ouvi-los e se alegrar com a partilha depois de tantos anos, me remeteu à saudosa mamãe, que apenas conseguiu se manter até o segundo ano escolar, quando manifestei minha dúvida de permanecer como docente da rede pública: 

“Já pensaste, Zezinho, na importância social que os professores têm e no enorme trabalho que ainda está por fazer?”

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