Histórias de Boxe


Nino Benvenuti

A década de 1960 pertenceu a Nino Benvenuti. O cronista de boxe Norman Marcus diz que ele atravessou a década como uma faca quente atravessa muçarela.

Sidney Borges
Quem gostava de boxe na década de 1960 respeitava Nino Benvenuti, medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma. Em 20 de janeiro de 1961 Nino venceu sua primeira luta como profissional. E continuou vencendo, foram sessenta e cinco vitórias consecutivas. Dezesseis a mais do que Floyd Mayweather.

Ele foi um excelente boxeador. Tinha um gancho de esquerda fantástico. Batia forte e resistia muito, tinha queixo de aço. Ao mesmo tempo era rápido, seu movimento fluido o tornava difícil de ser tocado.

Em 18 de junho, 1965, ele venceu o também italiano Sandro Mazzinghi no Sport Palazzetto dello em Milão. Nocaute no sexto round. Nino Benvenuti era agora campeão do mundo. Em uma revanche, em 17 de dezembro de 1965, no Palazzetto dello Sport em Roma, Nino reteve o título com uma decisão unânime em 15 assaltos.

No ano seguinte Benvenuti enfrentou Ki Soo Kim Chang Chung no Gymnasium, em Seul, na Coréia do Sul. Surpreendentemente, ele perdeu seus cinturões Welterweight Super WBC e WBA para o coreano canhoto em decisão dividida.

Em seguida vieram três lutas que fariam de Nino uma estrela mundial do boxe. Em 17 de abril de 1967, no Madison Square Garden, em Nova York, Benvenuti superou Emile Griffith e tornou-se proprietário dos cinturões dos médios da WBA e WBC. Griffith foi derrubado no segundo round, Benvenuti no quarto. A conceituada revista The Ring considerou a luta como “luta do ano”. Na revanche, alguns meses mais tarde, em 29 de setembro de 1967, Nino perdeu o cinturão de volta para Griffith.

Os dois homens voltaram ao Madison Square Garden para a “negra” em 4 de março de 1968. Benvenuti derrubou Griffith no nono assalto e venceu a luta em decisão unânime ao final de 15 rounds.

Nino finalmente perdeu o título pela última vez para Carlos Monzon, em Roma em 7 de Novembro de 1970. Nocaute no décimo segundo round. Benvenuti perdeu para Monzon novamente na revanche em Mônaco, em 08 de maio de 1971. Nocaute no terceiro round. O grande pugilista Nino Benvenutti aposentou-se naquela noite. Nunca mais subiu num ringue.

Nino, em seguida, passou a residir em sua cidade de Trieste, uma cidade portuária no nordeste da Itália. Ele abriu um restaurante elegante e tinha um programa nacional de entrevistas na televisão. Benvenuti tinha interesses em arte, música e literatura. Em alguns aspectos, ele poderia ser comparado aos ex-campeões James Corbett e Gene Tunney, ou aos irmãos Klitschko. Nino passou um tempo trabalhando para os pobres na missão de Madre Teresa na Índia!

O público amava Nino Benvenuti. Ele ganhou vários títulos mundiais durante os anos 1960, a década pertenceu a ele. Muitos o consideram o melhor peso médio italiano da história.

Seus maiores rivais acabaram se tornando grandes amigos, Carlos Monzon e Emile Griffith. Os dois já morreram. Monzon partiu jovem, aos 53. Emile Griffith morreu aos 75.

Nino Benvenuti está vivo e muito bem em Trieste. Os anos não o afetaram, talvez porque ele ainda dirija a Ferrari vermelha com a rapidez de sua juventude. (Adaptado do texto de Norman Marcus)

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