Pensata

Por que não me ufano

Sidney Borges
Ontem tive a paciência de ouvir o depoimento do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Está no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=OhZLGqHWkd4, é um depoimento longo e tem pontos da maior importância. 

Não há nada que não seja de conhecimento geral no quesito apropriação de dinheiro público para financiamentos de campanhas. Paulo Roberto Costa mostra com clareza que muito dinheiro foi pelo ralo, o depoente, um ator num palco de grande elenco, tinha - pasmem - 70 milhões de dólares na Suiça e mais alguns milhões de reserva em um paraíso fiscal caribenho. Bem, como eu disse, isso é notícia velha, mas dentro das revelações há um detalhe que a mídia sonolenta não percebeu, ou preferiu não perceber. 

Segundo "Paulinho", apelido carinhoso dado ao depoente pelo ex-presidente Lula, que nunca desconfiou de que o PT desviava dinheiro, as diretorias da Petrobras não são ocupadas pelo critério da meritocracia, mas por indicação política. Paulinho ainda complementou, essas indicações obedecem à lei do "toma lá dá cá". Ele também esclareceu que essa praxe não começou agora, nem nos governos Lula, é coisa antiga. 

Volto no tempo e vejo Paulo Francis abatido pelo processo que a Petrobras moveu contra ele nos Estados Unidos, processo que o levou à morte prematura. O crime foi dizer que os diretores da Petrobras tinham dinheiro na Suiça. Paulo afirmou isso no programa Manhattan Connection, obviamante sem poder provar. 

Na época o presidente da Petrobras era um tal de Joel Mendes Rennó e o presidente da república, Fernando Henrique Cardoso. Deixo as conclusões aos leitores, mas uma coisa eu gostaria de ver antes de morrer. Uma investigação da evolução do patrimônio dos diretores da Petrobras que atuavam na época do "assassinato" de Paulo Francis. E também do senhor Rennó, homem que jamais convidaria para a minha casa. 

No Brasil há pouca competência, mas a hipocrisia tende ao infinito...

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