Artes brasilienses

Brasil: futebol e chuva...

Sidney Borges
A Portuguesa vai cair. O Fluminense fica. O Fluminense era o meu time de botões preferido, com o beque Pinheiro que não deixava passar nada. Ficar ou cair não tem nada a ver com o que o time faz em campo. Trata-se do velho e conhecido tapetão. 

No tempo do Raul Klein essas coisas não aconteciam. Na bela "Ilha da Madeira", no Canindé, quando o valente gaúcho desembestava rumo ao arco adversário a torcida batia os pés nas arquibancadas e incentivava: bai raul, bai raul. Raul nem sempre ia, mas o barulho era tão alto que não se ouvia a locomotiva da Cantareira apitando. 

Em 1960 a Portuguesa ficou com o vice campeonato, perdendo para o Santos. Quando Raul Klein cansava entrava o Babá, baixinho que corria muito com as perninhas curtas em frequência frenética. Nos finais de ano chovia a cântaros em São Paulo, inundando parte do Canindé. Ainda chove além da conta em São Paulo, meu amigo Esquerdinha, comunista de carteirinha, que se recusa a passar pela rua Direita, diz que é conspiração da CIA. 

Estão bombardeando as nuvens com nitrato de prata para fazer chover e impedir o progresso do socialismo brasileiro. Conspiração da CIA, com apoio da zelite e da editora Abril. Esquerdinha é um tanto paranoico, mas ultimamente melhorou, já não lança projéteis contra aviões da American Airlines. Trocou o estilingue por um celular chinês quebrado. 

Em Ubatuba chove. Sempre chove. Tem épocas em que chove muito. Em outras chove menos. As chuvas que chegam com a pontualidade dos trens britânicos inundam alguns bairros. Os mesmos, desde o século passado e que certamente no ano que vem vão inundar outra vez. That's life...

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