Coluna do Celsinho

Cruzando

Celso de Almeida Jr.

Eu gosto de palavras cruzadas.

Deixam a mente em forma.

Vez ou outra, espio no "Banco do rodapé" aquelas que escapam da lembrança.

Sobre a memória - com as inovações da ficção científica tornando-se reais rapidamente - o que veremos em breve?

Teremos um chip poderoso implantado em nosso cérebro?

Conteria uma espécie de "Google da cachola" transformando-nos em enciclopédias ambulantes?

Programinhas sofisticados nos deixarão eruditos; especialistas em todas as áreas?

Nesta hora, como ficará a curiosidade?

Esta questão faz recordar um dos pensamentos do gênio criativo do século XVII, Pascal:

"A curiosidade não é senão a vaidade. O mais das vezes, a gente quer saber para poder falar."

Chipados - todos sabendo tudo - seremos menos vaidosos?

Existirão implantes para as diferentes faixas etárias?

As escolas extremamente conteudistas ficarão obsoletas?

Os concursos e vestibulares mudarão de formato?

Brasileiros, atrevidos, certamente criaremos o chip recondicionado.

Baratinho, funcionará meio período.

Lançaremos, ainda, o chip ideológico.

Estivesse disponível, o Itamaraty instalaria imediatamente em seus diplomatas, já bloqueado para resgate de senador boliviano...

Chips, com o curso completo de medicina, disponibilizados em tendas na saída do Maracanã, em dia de Fla-Flu, cessariam a importação de tão escassos profissionais.

Prezado leitor, querida leitora...

O notável Sócrates dizia:

"A vida sem reflexão não merece ser vivida."

Tendo instantaneamente disponível o conhecimento universal, refletiremos com mais sabedoria?

E a triagem do conteúdo?

O que nos fará discernir sobre o melhor uso para tanta informação?

Existirá no chip boa dose de ética?

De respeito às diferenças?

De religiosidade?

E a inteligência emocional, será influenciada?

O saber monumental poderá interferir em nossos talentos naturais?

Neutralizá-los?

Potencializá-los, para o bem ou para o mal?

Pois é...

Talvez, nosso cérebro não funcione totalmente a plena como tática de preservação da espécie.

É como se a humanidade precisasse evoluir aos poucos, sem saltos, para assimilar melhor e compreender em definitivo a importância do bom uso do conhecimento.

Com o que temos assistido, porém, é bom preparar a mente.

Vem revolução pela frente!

Visite: www.letrasdocelso.blogspot.com

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