Pitacos do Zé


Esporte é vida

José Ronaldo dos Santos
Alguém muito inspirado escreveu o seguinte: “Para melhorarmos o meio é necessário que todos acreditem no êxito”.  Junto à frase havia a imagem de um espaço descoberto, em ruínas, parecendo ter sido um dia uma sala de aula, pois numa parede se via fragmentos de uma lousa. Diante dela, um homem em pé, usando uma vareta, parecia indicar algo grafado no exíguo espaço. Um grupo de cinquenta crianças, todas negras, sentadas no chão, prestavam atenção à explicação, à aula. Acho que era algum lugar da savana africana.

No dia 14/4 (sábado), acompanhei o meu filho a mais uma etapa estadual de karatê. Local: Ibirapuera, na capital paulista. Saímos antes das três horas da manhã para poder chegar no horário previsto para o início (oito horas). O local estava lotado, com delegações de diversos pontos do Estado. A Academia Nunes de Ubatuba estava representada por dois atletas: Estevan e Edinho.

Por que escrevo isto? Porque havia a possibilidade de mais pessoas terem ido, mas não o fizeram por questões financeiras. Muitas medalhas poderiam ter vindo com a nossa delegação. Não descarto também a falta de incentivo dos pais e das autoridades que se dizem representar os interesses desportivos da nossa cidade. Pergunto: Como podemos querer que os jovens, sobretudo eles, tomem rumos mais sadios se não nos predispomos a apoiá-los? E o que dizer daquela multidão hipócrita a repetir, sobretudo em palanques, que “esporte é vida”? É lógico que é apenas um recurso de retórica! Quem acredita no êxito faz de tudo para melhorar o meio.

No evento de sábado, durante as apresentações dos atletas das dezenas de organizações (academias, associações, clubes etc.), eu escutei (e vi nos uniformes!) os nomes de algumas prefeituras, inclusive da Secretaria de Esportes de Caraguatatuba, a nossa cidade vizinha. Pensei na hora: “Por que a nossa cidade não dá novo rumo, outra atenção aos esportes? O que o novo secretário pode fazer para que os nossos desportistas se projetem, deem destaque para a nossa cidade nas muitas participações por este mundo afora?  Será que os empresários locais também são incapazes de rever alguns de seus conceitos, de se mostrarem como cidadãos que conseguem ver mais além do que os lucros e os empregos que geram?”.

O que está faltando pode ser um monte de coisas, inclusive a disposições dos genitores para serem pais presentes na vida dos filhos. Porém, a Secretaria de Esportes, devidamente mantida por nossos impostos, não deve se omitir da educação, da formação e da projeção do município pelos esportes. Ela é parte da política (tudo aquilo que diz respeito aos cidadãos e ao governo da cidade, aos negócios públicos). Os meios para o sucesso de nossos jovens pode não ser nada complicado se mais gente acreditar no êxito, nos esportes como alternativa saudável.

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