Pitacos do Zé Ronaldo
Coisas do Carnaval
José Ronaldo dos Santos
José Ronaldo dos Santos
Vovó Martinha, dentre outras qualidades, era maliciosa e observadora das mínimas coisas. Hoje vou tentar ser fiel ao que ela nos contou há muito tempo. Foi um fato ocorrido em época de carnaval, “tempo de muita orgia”, conforme a sua definição.
“Eu estava na rodoviária esperando a condução para vir embora, pois tinha ido à Santa Casa para visitar a Anastácia da Tiana. Ela estava com dores fortes nas costelas, depois que caiu enquanto mariscava na costeira do cais. Foi quando chegaram por ali duas moças e um rapaz. Estavam cansados da folia.
“Eu estava na rodoviária esperando a condução para vir embora, pois tinha ido à Santa Casa para visitar a Anastácia da Tiana. Ela estava com dores fortes nas costelas, depois que caiu enquanto mariscava na costeira do cais. Foi quando chegaram por ali duas moças e um rapaz. Estavam cansados da folia.
Uma das moças estava agarradinha no rapaz. Pensei na hora que eram namorados. A outra, sempre ao lado, dizia alguma coisa de vez em quando. Ria também, mas passava a maior parte do tempo assistindo os beijos e carícias do casal. De repente, os três se deslocaram para um ponto mais distante, fora da visão de quem estava na fila imensa para comprar passagem.
Do novo lugar, o rapaz pediu para a namorada ir para a fila da passagem. Ela obedeceu imediatamente. Aí o inesperado aconteceu: aquilo que era privilégio da outra (da namorada oficial) foi estendido àquela que ficou junto dele. Foi quando me perguntei: Será que o ‘bonitinho’ namorava as duas?
Assim que a companheira oficial voltou com as passagens, recebeu outra incumbência: enfrentar a fila da lanchonete para comprar água. De novo os outros dois aproveitaram para um fogoso namoro. Era uma esfregação que só vendo! Nisso veio a minha condução.
É quase certo que, se a espera daqueles três foi longa, outros artifícios foram encontrados pelo macho. Afinal, tratava-se de querer justificar a sua macheza. Parece que o inesperado não era assim tão inesperado!”.
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