Cultura (absolutamente) inútil

Juízo final

Sidney Borges
No dia do Juízo final teremos um encontro de ajuste de contas com São Pedro. Na ocasião haverá a famosa e temida entrevista na qual seremos confrontados com ações terrenas, bondades e maldades. Se durante o período encarnado você foi bonzinho, pagou impostos, escovou os dentes e não rogou pragas nem desejou a mulher do próximo, vai para o Paraíso.

Cheio de mordomias, volkswagem-nuvem novo, casa com varanda e jardim e 5 salários mínimos de aposentadoria perpétua.

Quem cometeu desatinos, bebeu, fumou, faltou à missa e cobiçou a mulherada, tem destino certo: as fornalhas de Belzebú. Lugar para onde vão políticos corruptos e assessores, direto, sem julgamento.

Sem me dar conta fui me estendendo e acabei por não tocar no ponto crucial da questão. Tempo. Hoje somos 7 bilhões de almas entre vituosos, pecadores e políticos.

São Pedro vai entrevistar pessoalmente cada um dos atores. Supondo que cada entrevista dure 1 segundo e que São Pedro trabalhe direto, sem descansar nem ir ao banheiro (?) e sabendo que em um ano há 31,5 milhões de segundos, sua santidade, o Porteiro do Paraíso vai demorar por volta de 220 anos para dar conta da tarefa. O número não é exato por causa dos políticos, que sabemos, vão direto para o fogo. Pelo menos uma boa ação lhes será creditada, vão diminuir a fila antes de virar churrasco.

Por hoje é só. Amanhã falaremos de pulgas albinas.

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