Joe Frazier


A luta

Sidney Borges
Na fria noite de 8 de março de 1971, Joe Frazier mandou Muhammad Ali para a lona com uma esquerda devastadora. Ali levantou-se e conseguiu, a duras penas, ficar em pé até o final da luta. Perdeu por pontos em decisão unânime.

Aparentemente era mais uma luta de boxe em que se disputava o campeonato mundial dos pesos pesados. Na verdade havia mais do que um cinturão em jogo. 

Naquela noite de 8 de março Ali representava a esperança de um mundo melhor, mais justo, menos desigual. Ele que havia deixado de ser Cassius Clay era falastrão, desafiador, corajoso. Veloz como um beija-flor, picava como uma abelha.

Frazier era o preferido dos que apoiavam a guerra do Vietnã, o apartheid, a supremacia branca, as ditaduras sanguinárias da América Latina. O queridinho da caretice mundial. Situação que ele detestava, mas por ser lacônico não impediu que fosse disseminada, colocando-o na condição de esperança branca contra o negro Ali. Negro, atrevido e, ainda por cima, muçulmano.
x
x
No fatídico instante em que Ali desabou de costas na lona meu coração se encheu de tristeza. Em todos os lugares do mundo havia caretas ululando com a baba a escorrer pelos cantos da boca e os olhos esgazeados. Horror!

Joe Frazier morreu de cancer no fígado. Foi um grande pugilista. Rest in peace.

Twitter

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu