Poesia

Solidão solitária

Lourdes Moreira
Solidão de um povo parece efeméride
Nas colunas dos jornais
Saber causas é um acaso
Que transgride a solidão solitária…

Corpos transfigurados por balas…
Açoitados nas ruas frias… Com frio…
Nos insanos hospitais de paredes brancas…
Sem ao menos vestes brancas vestidos…

Dores escondidas da mágoa,
No imposto caro e açoitado;
De máquinas registradoras, não aparentes, dos mercados;
De um povo que nem parece mercenário.

Mulheres registrando cansadas;
As marcas que denunciam violência sofrida;
Na lida diária com o homem amado;
Ou… Nas ruas destratadas…

Crianças sofridas na pedofilia;
No abuso sexual infame… Disforme.
Na cruel e demente selvageria,
Da prostituição infantil desprotegida.

Idosos esquecidos… Com lares emprestados;
Suas idéias esmorecidas;
Suas lembranças esquecidas;
Um hoje sem ontem. Terão amanhã?

Diferentes desamparados…
Em programas ou projetos passageiros
De políticos e políticas traiçoeiras
De mentes e corpos depois… Não reconhecidos.

Educadores e educandos presentes
Em números e numerais
Acesso fácil às falácias
De uma sociedade solitária.

Solitária na solidão de sua verdade…
Cansada…
De efemérides e tanta… selvageria!

Lourdes Moreira
Profª Municipalizada da Rede Estadual de Educação

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