Aviação

Parece o avião do Mickey. É o Flivver da Ford

O "quase" avião do povo

Sidney Borges
Em 1924 a Ford Company, do lendário Henry Ford, começou a trabalhar em projetos de aeronaves civis, empreitada que lhe rendeu alguns sucessos, como o avião de transporte Ford Tri-Motor, de 1926, que ganhou destaque mundial quando o almirante Richard Byrd voou aboletado num deles sobre o Pólo Sul, em 1929.

 Ford Tri-motor

Henry Ford sonhava alto, sempre é bom lembrar que foi ele quem conseguiu colocar o carro ao alcance do americano médio. Em meados dos anos 20 Ford entendeu que estava na hora de lançar os sobrinhos de Tio Sam aos céus. Cada americano em seu próprio avião! Foi pensar e agir, com a colaboração do engenheiro Otto Koppen no comando da divisão da Ford aeronaves teve início, em 1926, o projeto "do Modelo T do ar."
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Assim nasceu o Flivver Ford, um avião monoposto pequeno, com comprimento da ordem de 5 metros e envergadura de apenas 7 metros, propulsionado por um motor de 3-cilindros e 35 cavalos de potência, feito pela empresa Ford Anzani. A avioneta pesava apenas 160 kg quando vazia.

Ford mostrou ao mundo o Flivver em seu 63 º aniversário, 30 de julho de 1926. E o pequeno Flivver entusiasmou a platéia tendo no comando o piloto de testes da Ford, Harry J. Brooks. Cabe ressaltar que apenas dois homens tiveram a oportunidade de pilotar o "Ford Flivver", Brooks  e Charles Lindbergh, que disse ser este um dos piores aviões que conheceu.

Depois de muitos testes deu-se o inesperado. Em fevereiro de 1928, durante um voo sobre o oceano, ao largo da Flórida, o motor travou e o avião desceu no mar, sendo destruído. O corpo de Brooks nunca foi encontrado.

O trágico acontecimento pôs fim ao projeto de Henry Ford de dar asas ao americano médio. O magnata do "Modelo T" ficou sensibilizado com a morte de Brooks, de quem tinha ficado amigo.  

Com os congestionamentos que há hoje, quando sobram carros e faltam ruas, parece que foi uma boa decisão abandonar a criação de aviões individuais. Muitos acabariam caíndo sobre as cabeças dos transeuntes o que motivaria o sistema, sempre em busca de lucro, a criar guarda-chuvas blindados especiais que seria vendidos a preço de ocasião. Em suaves prestações mensais...

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Comentários

Sávio Barbosa disse…
A ideia de um avião popular não surgiu com Henry Ford. O próprio Pai da Aviação, Alberto Santos-Dumont, tinha essa ideia em mente quando criou a Demoiselle, o primeiro ultraleve e o primeiro avião fabricado em grande escala. O brasileiro acreditava fielmente que cada um deveria ter sua própria aeronave, e que a paz mundial só seria alcançada com os aviões interligando os povos de todos os continentes. Como, por princípios, não patenteava seus inventos, Santos-Dumont autorizou a companhia Clément-Bayard a fabricar algo em torno de 2000 Demoiselles a 3700 francos cada, mas apenas 40 foram produzidas.

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