Coluna do Celsinho

Não!

Celso de Almeida Jr.
Que eu gosto do jogo político não é novidade.

Que eu não tenho vocação para ser candidato, também.

Falta-me paciência.

Não tenho aquela sensibilidade que o político profissional tem.

O povo, extremamente carente, quer representantes camaradas.

Espera atenção.

Gosta de receber o seu candidato em casa, para o café, conversas longas, causos de família...

Não é pequena, também, a demanda cotidiana.

Parentes doentes, desemprego, remédios, licença para comércio ambulante, abatimento de impostos.

Ruas esburacadas, falta de iluminação, esgoto vazando.

Há também a vaga para o filho na escola melhorzinha, negócios para a empresa da família, ambulância para o amigo do peito.

Eu não teria competência para tamanho esforço.

Por isso, aprendi a ter respeito pela classe política.

Vive, em geral, num turbilhão de pedidos, reclamações, cobranças, sendo muitas vezes condenada a revelia.

Pronto!

Paro por aqui.

Creio não ser necessário ir além disso.

Uma coisa é reconhecer o agitado cotidiano do político.

Outra coisa é exagerar nos elogios.

O que comprometeria o meu futuro numa carreira política seria o uso constante da palavra não.

Não posso oferecer ou prometer emprego público sem concurso.

Não posso contratar sem licitação extremamente transparente.

Não concedo nem intercedo por licença para vendedor ambulante. Já existem muitas.

São estes e muitos outros nãos que sinto falta na conduta de boa parte de nossos políticos.

Uma postura firme contribuiria muito para uma política de resultados maiores.

Os dolorosos nãos de hoje permitiriam aos ubatubenses, num futuro próximo, encontrar mais respostas positivas em suas atividades profissionais.

Concorda?

Ou não?

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Comentários

Alfredo Filho disse…
Celso,o conheço há muitos anos e sua coluna é sem dúvida a melhor de todos os blogs,vc escreve com clareza e didática dos profissionais do ensino com qualidade.
parabéns!!!

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