Coluna do Celsinho

Séculos e séculos

Celso de Almeida Jr.
No Itaguá, com a Patrícia, vislumbrei o mar e as montanhas.
Talvez a cerveja tenha atiçado as ideias.
Excluí do raio de visão as embarcações à frente.
Foquei a natureza.
Assim, o que vi, meu bisavô viu.
No passado centenário, índios viram também.
A imagem fixada foi a mesma para tantos.
Mudou pouco por aqui.
Bem diferente de outras cidades, com morros tomados por gente, muita gente.
Não olhei para trás.
Blindei os ouvidos do barulho dos carros.
Ingênuo fingido fiz, também, o que na lucidez tornou-se hábito generalizado: esquecer a diversidade de resíduos que, vergonhosamente, lançamos ao mar.
Poeta embriagado mirei no horizonte.
Imaginei um bisneto sentado ao meu lado, beliscando o camarão.
A mesma paisagem preservada; poluição dissipada.
Brindamos, aliviados.
Patrícia me trouxe ao planeta.
Mostrou-me o Dario se aproximando.
Puxei conversa.
Especialista em excursões, homem viajado, revelou que não conheceu nada tão belo.
Lembrou que Ubatuba inteira garante visões extraordinárias.
Somos premiados.
O patrimônio é das gerações.
Passadas e futuras.

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