Ubatuba em Foco


“Nem só de mato vive o Horto Florestal”

José Ronaldo dos Santos
“A Estação Experimental do Horto Florestal ainda continua com este nome?”. Esta pergunta foi dirigida ao doutor Gentil, o engenheiro da entidade, há pouco mais de oito anos, pelo senhor Brasiliano. Ele não aceitava a resposta de que faltava gente para reerguer o privilegiado espaço de pesquisa e de outras potencialidades.

Os anos passaram-se, inclusive para as edificações que foram se assemelhando a ruínas. Os técnicos foram se aposentando; os braçais idem. Assustei-me no ano passado pelo mato em torno do campo de futebol, do bar, da casa onde funcionava um albergue da juventude. Até em torno da escola José Celestino Aranha, um dos estabelecimentos mais antigos do município, estava difícil de circular. Senti saudades de muitos momentos vividos ali desde o tempo das partidas de futebol (categoria dente-de-leite, dirigida pelo saudoso Rubens Salles de Oliveira), ainda na década de 1970, quando as famílias compareciam para prestigiar seus filhos e amigos. A administração zelava pelos equipamentos e pelo impecável gramado. Tudo transpirava vida; tudo transbordava alegria. Era expressão do meu pai naquelas ocasiões: “Isso aqui é um brinco! Só temos de agradecer pelos cuidados e continuar zelando disso tudo!”.

Diante da situação atual, li algumas manifestações em favor da revitalização daquele lugar. A resposta da administração atual a uma munícipe inconformada por tamanho descaso ao entorno do campo do Horto, em abril de 2010, num jornalzinho local, diz: “Está em andamento o repasse da área para o município e a nossa intenção é fazer o que for necessário para a transformação do local em um espaço dedicado à prática de esportes e à realização de eventos diversos. Os bairros adjacentes à área são dos mais populosos de Ubatuba, obrigando cerca de 23 mil moradores, o que significa uma grande demanda de locais para a realização de eventos de caráter cultural, social e esportivo. Por isso estamos realmente empenhados em fazer daquele espaço um lugar bonito e atraente, que chame a atenção de quem passe pela Rodovia Oswaldo Cruz e sirva como área de lazer e para o desenvolvimento de ações de interesse comum”. Hoje, quase um ano depois, já sabendo que a área agora está sob comando (?) da prefeitura, pergunto:

1- Falta quanto tempo para acontecer a maravilha anunciada?
2- Qual será o significado de lugar bonito e atraente aos “administradores sérios”?
3- Ações de interesse comum significa deixar a capoeira se formar para servir de pasto e corte de arbustos para lenha?
4- Eventos diversos incluem também drible a sapos, ratos, cobras e lixos deixados pelos sem-noção?

Finalmente, um pedido àqueles que não perceberam ainda que nem só de mato deve viver o “Nosso Horto”, sobretudo os “nobres edis, o prefeito e seus colaboradores”, sustentados que estão por nossos impostos:

- Recuperem o desejo de tornar aquela área um grande espaço de lazer e de outras ações de interesse comum. Deem ao menos a ordem para roçar.

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