SUS

Agente de saúde e riscos

José Ronaldo dos Santos
Após a última visita do agente de saúde do meu setor, que me trouxe os resultados de exame, fiquei pensando sobre o seu trabalho, a importância da sua função. Nestes dias, depois de ouvir a presidenta Dilma defender e se comprometer em aperfeiçoar o Sistema Único de Saúde, eu resolvi externar os meus pensamentos, as reflexões que estou fazendo. Afinal, sem saúde somos capazes de quase nada.

1º) É realmente necessário o papel do agente em nossas ruas, conhecendo cada um, encaminhando da melhor maneira possível os casos de falta de saúde, pois só assim, com um máximo de racionalidade, as prevenções e as curas têm mais chances de sucesso;

2º) É realmente necessário a presença do agente em nossas ruas, conhecendo as moradias e as condições, porque isso contribui com projetos mais concretos para a saúde pública, para a nossa saúde;

3º) É realmente necessário a conversa e o interesse profissional do agente pelas pessoas. Isso transmite confiança ao povo; mostra um retorno das contribuições que “damos”, dos muitos impostos que nos são impostos;

4º) É importantíssimo o trabalho do agente de saúde, sobretudo quando as suas anotações/observações são partilhadas num grupo maior, onde o (a) profissional máximo da saúde toma conhecimento de pequenos detalhes que podem fazer toda a diferença. Eu até criei uma situação para ilustrar esse ponto:

A minha vizinha é usuária de droga e o agente de saúde local sabe. Porém, a (o) médica (o) que a acompanha no pré-natal desconhece tal fato porque é omitido na conversa, na consulta. Portanto, o seu procedimento, apesar de profissional, é incompleto e pode até ter pouca eficácia por omissão da própria paciente. Somente a partir de uma reunião de equipe, que eu creio fazer parte da rotina de um bom sistema de saúde, a doutora (ou doutor) tomará conhecimento de tais detalhes e redirecionará os seus procedimentos profissionais.

Porém, quem olha pelo agente de saúde? Será que a categoria tem a tal de insalubridade? Afinal, ele (agente) está em contato direto com os mais diversos casos de doenças, muitas delas contagiosas. Digo isso porque sei que é costume desconsiderar os funcionários mais humildes, que estão realizando um trabalho bem concreto, na mesma proporção da promoção daqueles que compõem a parte burocrática. Prova maior disso é a novela que se estende para aprovar 6% ao trabalhador em contraste à rapidez de mais de 60% aos parlamentares deste país. Vamos pensar sobre os riscos que correm constantemente os nossos agentes de saúde? Vamos fazer a nossa parte? Vamos buscar, neste Novo Ano, reduzir as injustiças?

Um abraço.

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