Brasil

Verão e Chuva

Sidney Borges
Verão é tempo de praia, sol e chuva. E tragédias. São Paulo e Rio de Janeiro quase todos os anos têm mortos a lamentar por conta de enchentes e deslizamentos. Mas desta vez a coisa andou além do trivial, a região serrana do Rio de Janeiro foi literalmente arrasada.

Há quem coloque a culpa nos governos, outros falam da falta de sensibilidade dos ocupantes de áreas de risco, como se tivessem opção de escolha.

Neste ano fica difícil apontar culpados, negligência sempre houve, mas quem viu na televisão os morros deslizando notou que não havia construções irregulares neles.

O maestro Tom Jobim gostava do contato com a natureza. Tom compôs parte significativa de sua vasta obra no sítio de São José do Vale do Rio Preto, destruído pela força das águas e da lama. Tom jamais construiria em área de risco.

O que dizer da família de banqueiros que passava férias em sua propriedade adquirida há mais de 70 anos e que foi quase que totalmente dizimada? O que aconteceu  para que estejamos a lamentar o sofrimento de tanta gente, de todas as classes sociais, sem distinção?

Quais seriam as medidas a tomar de forma a evitar que as chuvas façam vítimas? Como fazer um programa de prevenção que alerte a população?

Primeiramente seria fundamental mapear a geologia da Serra do Mar, sondar o solo e saber a espessura da capa que cobre as rochas. É essa camada que eventualmente escorrega montanha abaixo e, misturada com a água da chuva, vai destruíndo o que está à frente. Com os dados lançados em computadores será possivel, através de simulação, saber o volume de chuva a temer.

O sistema vai requerer a instalação de radares meteorológicos que darão o alerta antes do desastre ser consumado. Não sei se com isso o problema será totalmente resolvido, certamente será minimizado.

As enchentes que assolam a Austrália mostram que é possível enfrentar desastres de grandes proporções de forma controlada. Embora o país esteja parcialmente submerso, há poucas vítimas fatais.

Chega de chuva.

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