Coluna do Celsinho

Exclusão

Celso de Almeida Jr.
Finais de tarde.

Patrícia, esposa querida, relatava o dia de professora da classe especial, na escola Tancredo.

Ela, a Claudia e outros dedicados profissionais contribuíram para o avanço de alunos com deficiências diversas e complexas.

Grande entusiasmo ao contar da tarde na Escola Zecão de Surf, na Itamambuca.

Zecão e equipe dispensam comentários. A qualidade do trabalho que realizam merece os maiores aplausos. Visite: www.zecao.com.br

Pois é...

Ouvi-la descrever a emoção daquele instante, quando muitos alunos tiveram o primeiro contato com o surf, comoveu.

Mas, emoção maior vivenciei no último encontro da garotada, no auditório do Tancredo, na segunda-feira passada, que simbolizou o fechamento da classe especial.

Patrícia, Claudia e equipe voltarão para as salas normais.

Neste encontro emocionante, alunos, professores, pais, funcionários, direção, voluntários e convidados assistiram apresentações de dança e canto, além da exposição de trabalhos, depoimentos e, claro, fotos e filmagens daquele inesquecível dia de surf.

Meu amigo...

Ver um garoto com enorme dificuldade para andar e se expressar, de repente, viver aquele extraordinário contato com o mar e a atividade esportiva foi marcante.

Especiais são os profissionais que se dedicam para homens e mulheres com tais necessidades.

Pois bem...

Como informei, devido ao Plano xyz, Lei ômega-beta, analisada pela comissão de notáveis e outros iluminados da nação, a sala de alunos especiais será extinta.

Solução?

Claro, aquela sugerida pelos gabinetes brazilienses, referendada por homens e mulheres de Alfa-Centauro: incluir estes alunos nas classes normais de nossas escolas.

Francamente...

Você acredita que um professor que lida com elevado número de alunos por sala, muitos de comportamento sofrível, poderá dedicar a atenção necessária aos jovens oriundos das classes especiais?

Inclusão é a palavra de ordem...

Palavras são palavras e, quando desconectadas da ação, nada mais são do que palavras.

Excluir destes seres humanos especiais a possibilidade de progredir em suas habilidades, adotando um discurso academicamente sedutor, é a prova maior de que a sociedade brasileira ainda tem um longo caminho para a conquista da cidadania.

Ainda estamos na fase do quem pode menos, chora mais.

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Comentários

wagner_nog disse…
Caro Celso, o quê tem haver os gabinetes brazilienses com escolas ESTADUAIS E MUNICIPAIS? Não será do mesmo orçamento desviado para merendas que estamos falando?
Grande abraço!

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