Deu em "O Globo"
‘Papel da imprensa é criticar o governo’ afirma sociólogo
Magnoli contesta argumentos de ministro da Secom
Do Blog do Noblat
O sociólogo Demétrio Magnoli criticou, no Seminário sobre Liberdade de Imprensa, os argumentos usados pelo governo para defender a discussão sobre regulação da mídia.
Para ele, interesses políticos do governo contaminam o que deveria ser uma discussão de Estado. Ele lembrou, por exemplo, que o próprio presidente Lula disse que a imprensa atua como partido.
- O governo tem obrigação de garantir a concorrência em setores da economia. Mas, quando se trata de informação e jornalismo, o governo é lado. O papel da imprensa é criticar o governo, este, o anterior e o próximo. Não é missão do governo assegurar a liberdade de imprensa, porque ele é parte interessada. Isso é papel do Estado. E a distinção entre governo e Estado desaparece com frases como "é função do governo promover a liberdade de imprensa", ou no discurso que diz que a imprensa é uma partido politico. Isso é posição de um governo que tem dificuldade de distinguir entre governo e Estado ou entre corrente política do e poder público - disse Magnoli.
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Magnoli contesta argumentos de ministro da Secom
Do Blog do Noblat
O sociólogo Demétrio Magnoli criticou, no Seminário sobre Liberdade de Imprensa, os argumentos usados pelo governo para defender a discussão sobre regulação da mídia.
Para ele, interesses políticos do governo contaminam o que deveria ser uma discussão de Estado. Ele lembrou, por exemplo, que o próprio presidente Lula disse que a imprensa atua como partido.
- O governo tem obrigação de garantir a concorrência em setores da economia. Mas, quando se trata de informação e jornalismo, o governo é lado. O papel da imprensa é criticar o governo, este, o anterior e o próximo. Não é missão do governo assegurar a liberdade de imprensa, porque ele é parte interessada. Isso é papel do Estado. E a distinção entre governo e Estado desaparece com frases como "é função do governo promover a liberdade de imprensa", ou no discurso que diz que a imprensa é uma partido politico. Isso é posição de um governo que tem dificuldade de distinguir entre governo e Estado ou entre corrente política do e poder público - disse Magnoli.
Comentários
Não existe imprensa pública, portanto, é inaceitável que alguém fomente que instituições privadas sirvam de reguladoras do meio público. MP, Justiça e polícias são feitas para isso.
A imprensa, para noticiar.
Mais do que infectar o âmbito democrático com interesses anunciadamente financeiros, ao realizar críticas e fiscalizações, a imprensa acomoda os verdadeiros responsáveis por tais deveres democráticos e ainda esconde a verdadeira problemática sobre a falta de estrutura e omissão de tais poderes públicos, remunerados com dinheiro público, como MP, Polícia, Justiça, Câmaras, Senado, etc.
Enquanto evoluirmos nessa base de ficção, que coloca a imprensa como quarto poder, provavelmente, o público (e o privado) continuará cobrando quem não é de direito. Literalmente. Ciclo de alienação crescente... uma boa classificação para a evolução democrática da imprensa.
No entanto, falando de capitalismo, sem dúvidas, a atual posição de interferência democrática da mídia rende bons patrocínios. O que alimenta o ciclo defendido por ti. E paga salários de jornalistas como eu.
Acho que a aproximação da imprensa com esses órgãos responsáveis pela fiscalização e regulação do Executivo pode contribuir para o aperfeiçoamento de ambas as funções. Vide Ubatuba, que certamente servirá de exemplo para o funcionamento adequado dos poderes, independente dos resultados das últimas iniciativas. Já disse que não apóio o sistema héroi-vilão, como vc sabe que é propagado pela maior mídia do país (Globo), mas ainda acredito que princípios são as ferramentas mais valiosas de nossa racionalidade. No caso de nossa província, ainda confio que a democracia instituída, com deveres realizados pelos poderes, possa resultar na melhora de nossa política e sociedade. Você é um exemplo a ser seguido, ao meu ver, não tanto nas idéias, mas na prática. Vide como publicou a rejeição de contas por parte do TCE. Isso é imprensa. O resto deveria ser livre opinião, que pode também ser publicada, mas com devida classificação, sem riscos de manipulação ao leitor, ouvinte, ou telespectador.