Coluna do Celsinho

Fúria suspeita

Celso de Almeida Jr.
Acompanhei parte da discussão dos Ministros do Supremo Tribunal Federal sobre a chamada Lei do Ficha Limpa.

Independentemente do resultado, foi gratificante acompanhar o elevado nível do debate daqueles que têm a responsabilidade de zelar pelo cumprimento de nossa Constituição.

O Brasil amadureceu muito nos últimos anos.

Nossas instituições estão se aprimorando, firmando-se como resistentes pilares do regime democrático.

Integrando este conjunto fundamental encontra-se a imprensa.

Neste sentido, torna-se urgente que o Presidente da República afaste-se do calor do debate eleitoral e decline do inadequado hábito de atacar a imprensa e aqueles que a compõe.

A fúria do Presidente Lula com veículos de comunicação que esmiúçam o poder constituído desperta, no mínimo, certa dúvida.

Ora, como um homem que viveu intensamente o processo de redemocratização do Brasil é capaz de condenar a livre manifestação dos profissionais de imprensa?

Será que aquele antigo clamor democrático - que marcou a espetacular trajetória de Lula - foi apenas estratégia para a conquista do poder?

Espero, sinceramente, que não.

Preocupa, entretanto, a perigosa sedução do presidente por regimes que não admitem questionamentos.

Sua postura com Cuba, Venezuela e Irã comprova esta vocação.

Na conclusão de sua histórica passagem pela presidência, Lula já deveria estar mais consciente da repercussão de seus atos.

A eleição de companheiros não justifica atropelar a liberdade de expressão.

Não lhe permite afrontar a Constituição.

Ao achincalhar a manifestação da imprensa crítica, Lula mancha o que há de melhor em seu currículo original.

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