Papo do Editor

Domingo à tarde

Sidney Borges
Durante boa parte da vida eu ficava melancólico nas tardes de domingo. Acho que acontece com muita gente. A perspectiva da semana iniciante me deixava inquieto, eram tantos afazeres, tantos compromissos, será que eu daria conta de tudo?

Hoje as coisas mudaram, ou melhor, eu mudei, continuo tendo muitos afazeres e compromissos, mas aprendi que o jeito é ir fazendo. No final das contas sempre consegui chegar aonde queria.

Na semana passada comecei uma campanha em prol do reconhecimento de paternidade. Depois de ver o vice presidente ser questionado e sabendo de tantos casos que acabaram em violência, conclamo os pais que não reconheceram os filhos que o façam.

Depois dessa campanha vou iniciar outra postulando a construção de um hospital capaz de atender às quatro cidades da região. Essa campanha deveria ser liderada por algum político. Está em tempo. As prefeituras dificilmente conseguirão fazer frente às crescentes necessidades que se apresentam na área da saúde. O governo estadual deve partilhar a responsabilidade com o governo federal e trazer ao povo do litoral atendimento médico atualizado.

Com os escorchantes impostos que pagamos, temos o direito de pedir retorno.

Na semana passada fui questionado pela Folha de São Paulo sobre a introdução de Física Moderna no currículo escolar. Minha posição é favorável, embora eu saiba que o programa atual, por sua extensão, apresenta dificuldade para ser coberto em duas aulas semanais. O problema está colocado, não sei qual será a solução. Hoje é difícil dar um curso de Física sem mencionar "Relatividade". O uso de GPS está difundido, mas poucos sabem que os satélites que compõem o sistema têm relógios com compensação, pois o tempo deles não transcorre como na Terra.

Também seria importante introduzir noções de Mecânica Quântica para estudantes que usam celulares, computadores e outros aparelhos com conexão direta com a Física do século XX?

Enfim, colocar os alunos em salas de aulas o governo conseguiu. Agora é preciso ensinar. Uma tarefa que demandará tempo, dinheiro e paciência. Mas como eu disse no começo deste texto, não adianta adiar os problemas nem tentar varrê-los para debaixo do tapete. É ensinar ou ensinar.

Os recentes acontecimentos políticos da cidade me inspiraram a reler o romance Éramos Seis, de Maria José Dupré. Muito bom, recomendo.

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