Coluna do Rui Grilo

Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém

Rui Grilo
Quem conta um conto aumenta um ponto. Assim, foi se espalhando a notícia de que a Prefeitura, a Câmara, escritórios e residências de alguns políticos locais foram visitadas pela polícia, por determinação de ordem judicial para esclarecimento de evidências de corrupção eleitoral nas eleições do Conselho Tutelar de Ubatuba.

Conhecido advogado da cidade chega a afirmar que, devido ao volume de provas substanciais, dificilmente os vereadores retornarão aos seus cargos.

Independente do resultado, a ação do Ministério Público vem em um bom momento porque estimula a discussão e a percepção das conseqüências que o voto tem, mas o afastamento dos vereadores e a demora para uma solução definitiva traz um clima de instabilidade política, social e econômica.

Às vezes fica difícil perceber as relações entre os vários níveis – político, social e econômico – mas as famílias dos funcionários que já foram afastados e dos que ainda poderão ser, provavelmente já estão sentindo na pele a angústia pela situação de instabilidade em que estão vivendo. Certamente, qualquer empresa que zele pelo seu nome evitará se estabelecer em uma cidade onde não haja transparência administrativa e estabilidade política.

Diz o povo que onde há fumaça há fogo. A polícia, numa situação de normalidade democrática, não estaria apreendendo computadores se não houvesse graves sinais de irregularidades.

Só a relação de dependência e de troca de favores poderia explicar a exposição pública da imagem do prefeito dando apoio explícito ao candidato Gil Arantes que está impugnado pela justiça eleitoral.

Como a justiça é demorada e enquanto não se julgam as liminares, candidatos impugnados mantém a campanha na rua. Corremos o risco de acontecer como nas últimas eleições, na qual os onze mil votos dados a Paulo Ramos foram para a lata do lixo, dando a vitória a esse prefeito do qual todos reclamam.

Como cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, o eleitor deve examinar bem os candidatos que estão com pendências na justiça. Se não pensar agora, depois, vai ter que aturar quatro anos. Vai ser duro agüentar as conseqüências.

Rui Grilo
ragrilo@terra.com.br

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