Ubatuba em foco

Barradas Barata passa mal em Ubatuba, mas não é atendido em hospital da região

Secretário estadual, vítima de infarto no último sábado, foi levado para a capital. Secretário de Saúde de Ubatuba admite que não há condição para cirurgia no Litoral Norte

Saulo Gil no Imprensa Livre (original aqui)
O secretário Estadual de Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, morto no último sábado em decorrência de um ataque cardíaco, passou mal enquanto passava férias em Ubatuba.

Apesar de ter apresentado sintomas de infarto enquanto descansava em uma casa na região Centro-Sul da cidade praiana, o médico foi levado diretamente para a capital paulista e não chegou a dar entrada em nenhum hospital do Litoral Norte. Além disso, as condições climáticas do dia não permitiram nenhum pouso ou decolagem no aeroporto ubatubense e o ex-secretário de Saúde teria feito o trajeto por meio de um automóvel, informação não confirmada pela família e pelo governo do Estado.

O secretário municipal de Saúde, Clingel Frota, admitiu que a Santa Casa de Ubatuba e nenhum outro local da região têm condições de realizar um atendimento cirúrgico, ao qual Barradas foi submetido. No entanto, o chefe da pasta ubatubense ressalta que os hospitais do litoral estão preparados para garantir a estabilidade dos pacientes que apresentem tais sintomas de infarto.

De acordo com os boletins oficiais divulgados até o momento, Luiz Barradas Barata foi encaminhado diretamente ao Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, localizado na Zona Sul da capital de São Paulo. Ele deu entrada às 19h do dia 17 no hospital paulistano e foi internado com parada cardíaca.

A equipe médica que atendeu o ex-secretário realizou manobras de ressuscitação cardiopulmonar e um procedimento de cinecoronariografia (cateterismo de urgência), onde foi constatada a obstrução completa do tronco coronário principal. O secretário não respondeu aos procedimentos e teve o óbito confirmado às 20h50 do último sábado.

O Jornal Imprensa Livre procurou a Assessoria de Imprensa do Instituto Dante Pazzanese, para saber se o tempo de locomoção entre Ubatuba e São Paulo (cerca de 3h de carro) teria afetado negativamente o atendimento e o quadro de saúde de Luiz Barradas Barata. Até o fechamento dessa edição, a reportagem não tinha recebido resposta da solicitação feita via e-mail.

Prefeitos

Para o chefe do Executivo ilhabelense, Toninho Colucci (PPS) a Saúde perdeu uma referência. “Ele era o maior nome. Era a pessoa que mais entendia de Saúde no Brasil”. Colluci adjetiva Barradas ainda como um baluarte na criação do Sistema Único de Saúde (SUS).

O prefeito de Ilhabela relata também que em sua trajetória de vida pública teve contato direto com o secretário estadual.

“Quando eu era secretário de Saúde, entre 2001 e 2004, tive várias discussões por conta de alguns problemas no hospital da cidade”, lembra Colucci. Ele ainda relata que quando estudava Saúde Pública na USP, Barradas era nome certo na ministração de palestras e cursos. “Dizem que ninguém é insubstituível, mas no momento se tratando de Saúde, é”, avalia o prefeito de Ilhabela. Em Caraguatatuba, o prefeito Antonio Carlos da Silva também lamentou a perda do gestor da Saúde no Estado. Ele também citou o fato de ser um dos criadores do SUS, “além de ser competente e dedicado em suas funções”.

Para Antonio Carlos, apesar da morte do secretário, as lutas pela saúde no município prosseguem e ele não acredita que os avanços obtidos sofram algum retrocesso. No caso de Caraguá, há a Maternidade Neonatal que está para ser inaugurada e a luta da Frente Parlamentar do Litoral Norte Paulista (Frepap) para a implantação de um Hospital Regional.

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