Coluna do Rui Grilo

Cuide do seu bilau e viva melhor

Rui Grilo
Este é o conselho do presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Dr. Modesto Jacobino. Para ele, é inaceitável que muitos homens tenham seu pênis amputado pela falta de prevenção. Usando uma linguagem bem direta e coloquial ele diz: “é necessário que o homem lave o pinto” com água e sabão, arregaçando a pele que cobre a cabeça do pênis para retirar o esmegma, aquela secreção gordurosa, que se forma ao redor do prepúcio, e que contribui para a formação de bactérias. Isso pode levar à formação de feridas que, se não forem tratadas adequadamente, evoluem para a formação de um câncer e à necessidade de amputação, com dolorosas repercussões físicas e psicológicas.

O Dr. Modesto esteve no Programa Cidadania, da TV Senado, no dia 03/07/10 para defender a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem proposta pelo atual Ministro da Saúde, a quem não poupou elogios pela iniciativa. Mas, para que essa política se torne realidade, esteve no senado para buscar o apoio do senador Tião Viana para garantir os recursos na LDO – Lei das Diretrizes Orçamentárias.

Atualmente, a taxa de longevidade da mulher é de oito anos a mais que o homem, talvez como fruto de suas lutas pelos seus direitos, conseguindo através disso programas de saúde voltados para as suas condições específicas, inclusive com mutirões para detecção do câncer de mama.

Enquanto isso, criado para ser o sexo forte, o homem vê a doença como fragilidade e se recusa a aceitá-la, sentindo-se invulnerável, somente procurando tratamento médico quando a doença já está num estágio mais avançado mas que poderia ter sido evitada, às vezes, com medidas muito simples e por mudanças de atitudes e hábitos.

De acordo com dados dessa proposta, a população masculina na faixa de 25 a 59 anos corresponde a 41% da população masculina e 20% do total. Apresenta um quadro em que 75% das enfermidades estão distribuídas nas áreas de cardiologia, urologia, saúde mental, gastroenterologia e pneumologia. Caracteriza-se por ser arredia aos cuidados com a própria saúde e não aceitação da fragilidade biológica própria do ser humano. Outra dificuldade é estar fora dos programas especiais de atendimento para crianças, jovens e idosos. As conseqüências dessa atitude são: a elevação das taxas de mortalidade masculina e o aumento de custos para tratamento de saúde.

Daí a necessidade de estratégias próprias e de facilitação de atendimento e de campanhas para mudança desse comportamento, principalmente no que se refere ao preconceito contra o exame de toque retal para diagnóstico do câncer da próstata. Para isso, tem sido muito importante a colaboração de esportistas, artistas e de outras pessoas de grande visibilidade, que tem participado dessa campanha, como voluntários, abrindo mão do cachê. Nessas campanhas tem sido reforçado a idéia de que o cuidado com ele próprio revela um cuidado com a própria família que dele depende não só do ponto de vista econômico mas também afetivo.

A própria Sociedade Brasileira de Urologia, com apoio do laboratório Elli Lilly, está desenvolvendo a Caravana do Movimento Pela Saúde do Homem, percorrendo várias cidades do Brasil com uma clínica em uma carreta adaptada na qual uma equipe especializada dá orientações sobre prevenção, diagnóstico e acompanhamento.

Aqui, em Ubatuba, só tenho conhecimento da existência de um médico urologista particular e que não atende todos os dias. Esta é mais uma das carências do nosso sistema de saúde.

Para mais informações, consulte o site:
http://www.movimentosaudemasculina.com.br

Rui Grilo
ragrilo@terra.com.br

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