Brasil: "plus ça change, plus c'est la même chose"

Receita de escândalo

Folha de São Paulo (Editorial) (original aqui)
É inaceitável que o fisco postergue para depois do pleito as conclusões sobre o vazamento de dados fiscais para confecção de dossiê

O secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, afirmou anteontem, perante senadores da República, que servidores do órgão por ele chefiado acessaram "por cinco ou seis vezes" as declarações de Imposto de Renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira.

Os acessos, por meio de computadores, exigem o conhecimento de senhas eletrônicas, e teriam sido efetuados de algum ponto fora de Brasília.

No dia 12 de junho, esta Folha revelou que dados fiscais sigilosos do tucano constavam de um dossiê elaborado pelo chamado "grupo de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff. Os indícios eram de que o vazamento ocorrera no âmbito da Receita.

No início daquele mês haviam se tornado públicas uma nebulosa coleta de informações, por parte de petistas, que se voltaria até mesmo para atividades de pessoas da família do ex-governador paulista José Serra.

Sob pressão, a candidata e o PT negaram com veemência que algo nesse sentido tivesse partido de suas fileiras, àquela altura já às voltas com uma crise interna.

Como de costume, seguiu-se o coro de um séquito de bajuladores e militantes exacerbados, que tratou de atribuir as notícias do "pseudodossiê" a uma "armação da mídia golpista", em conluio com o postulante do PSDB. O objetivo seria atingir o nome ungido pelo mais ativo e poderoso cabo eleitoral do país - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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