Deu em O Globo

O fator Palocci

De Merval Pereira
Uma das maiores incógnitas dessa campanha é qual será a função do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci num eventual governo Dilma Rousseff. Colocado como um dos coordenadores da campanha oficial pelo próprio presidente Lula, Palocci vem assumindo importância cada vez maior como avalista de posições ortodoxas na economia, especialmente no contato com empresários.

Palocci vai além de tentar convencer os indecisos, ou mesmo os que tendem a votar em Serra, dos compromissos de Dilma com o tripé que sustenta a política econômica que vem desde o segundo governo de Fernando Henrique: câmbio flutuante, equilíbrio fiscal (superávit primário) e metas de inflação, com um Banco Central operacionalmente independente.

O ex-ministro, com frequência, alerta os empresários para o que seria o "risco Serra" que estaria embutido no que classifica de visão intervencionista do candidato tucano — que não se cansa de insinuar que, em um governo seu, o Banco Central não terá uma autonomia tão grande quanto vem tendo nos últimos anos.

Também as críticas de Serra quanto ao câmbio, que agradam muito aos exportadores que sofrem com a valorização do real, levam os governistas a apontarem riscos de uma intervenção governamental no câmbio.

Em ambos os casos, Serra insiste em que não haverá intervenção de seu governo para criar situações artificiais, mas uma política econômica harmônica que levará a uma situação de equilíbrio que não obrigará o governo a pagar altos juros para o investidor.

Assim como o governo usa Palocci para sinalizar sua postura, Serra tem usado o nome do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga como exemplo de economista que gostaria de ter em sua equipe.

Essa é uma discussão técnica que não dá um voto na maioria da população, mas que é fundamental para um tipo de eleitor formador de opinião e a classe média, que sempre rejeitaram posturas heterodoxas petistas, a ponto de terem obrigado Lula, em 2002, a assinar a "Carta aos Brasileiros", assumindo o compromisso de manter a política econômica de Fernando Henrique.

Por outro lado, o candidato tucano, José Serra, tem fama de ser um grande gestor público, especialista em manter o equilíbrio fiscal com ganho de produtividade e corte do gasto público. (Do Blog do Noblat)

Leia a íntegra do artigo em O fator Palocci

Nota do Editor - Palocci vai alertar os empresários dos riscos representados pelo esquerdismo de Serra. Os mercados temem mudanças que possam alterar a sensatez conservadora do governo Lula, ortodoxo até à medula. Enquanto isso a militância petista sonha com o porvir socialista de um eventual governo Dilma. O sonho nunca acabará, mas será sempre um sonho, a realidade é completamente oposta. "Nunca um governo fez tanto pelo capitalismo como o atual. Isso é o que conta, o que interessa é o que eles fazem, não o que eles dizem". Palavras de um banqueiro que prefere o anonimato. (Sidney Borges)

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