Copa do Mundo

Robinho em questão

Sidney Borges
Logo depois do jogo contra a Tanzânia recebi um e-mail contestando o que escrevi sobre o atacante Robinho. O leitor afirma que não entendo nada de futebol, segundo ele Robinho é craque e vai ser o artilheiro da Copa. Talvez seja meu caro Carlos Eduardo, não vou revelar o seu endereço eletrônico, conforme você pediu, mas contesto a sua afirmativa. Como brasileiro entendo de futebol sim. E digo mais, Robinho é de fato um craque, escrevi isso e vou ilustrar o que penso dele lembrando de um fato ocorrido no Alabama, na década de 1950.

O governador do estado segregacionista decretou a igualdade. A partir daquele dia não haveria distinção racial, todos seriam considerados verdes. Entusiamado com a novidade um cidadão afro-descendente sentou-se na parte da frente do ônibus. Logo o cobrador o interpelou mostrando a seção traseira do coletivo, antes reservada aos negros.

- Agora não há mais brancos e negros, somos todos verdes, disse o passageiro.

O cobrador concordou, com ressalvas:

- É verdade, neste ônibus somos todos verdes, mas os lugares da frente são para os verdes claros e os do fundo para os verdes escuros.

Vamos imaginar que o deus do futebol decretasse - desculpe, determinasse, quem decreta é o presidente - que os craques passariam a ser dourados. Haveria alguns brilhantes e outros nem tanto. Robinho imediatamente ficaria dourado, mas opaco. Digo mais Carlos Eduardo, citando o filósofo da bola Neném Prancha, treino é treino, jogo é jogo. Fazer gols na Tanzânia num amistoso é uma coisa. Marcar na Copa contra adversários motivados são outros quinhentos. Continue lendo o Ubatuba Víbora, o único veículo da imprensa virtual nanica que tem um cachorro comentarista, o incomparável Fred-Brasil. Au!

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