Coluna do Celsinho

Tempo integral

Celso de Almeida Jr.
Se eu tivesse muitos recursos, transformaria a nossa escola num ambiente aonde o estudante pudesse ficar o dia inteiro.

De segunda a sábado.

Já imaginou se todas as escolas de Ubatuba fossem assim?

Além do ensino regular, ministrado em um período, teríamos muitas atividades esportivas, culturais e profissionalizantes no outro turno.

Bacana, até, se o aluno mais carente dormisse na escola.

Teria a garantia de boa alimentação e acompanhamento pedagógico.

É angustiante ver a falta de perspectivas para a nossa garotada.

É triste quando vemos crianças e jovens perambulando pelas ruas, sem ter o que fazer.

Em Ubatuba, muitas escolas e associações têm oferecido alternativas aos mais jovens.

O problema é que o alcance é muito pequeno, considerando o elevado número de estudantes das redes estadual, municipal e particular.

Torna-se necessário um esforço maior, muito mais abrangente, que obrigatoriamente requer investimentos públicos e privados.

Seria conveniente uma estratégia conjunta, identificando quais alunos não se envolvem em alguma atividade extracurricular, procurando convidá-los a participar de projetos que despertem interesse.

Mapear os cursos que estão disponíveis; solicitar bolsas de estudo às escolas e academias de esporte; incentivar cursos profissionalizantes de rápida formação; mobilizar assistentes sociais, psicólogos e pedagogos; são ações possíveis que precisam ser postas em prática com grande visibilidade.

Cadastrar voluntários dispostos a dar aulas particulares para pequenos grupos de alunos; identificar espaços públicos para estas atividades; convocar o empresariado para ajudar; são itens que também integram o rol de iniciativas que precisam ser praticadas.

Sabe, prezado leitor, querida leitora; fico envergonhado com a nossa passividade.

Olhamos tudo, reclamamos um bocado e fazemos pouco.

Somos um povo habituado a transferir as responsabilidades para terceiros.

Não temos nada a ver com o problema.

A Prefeitura e o Estado que resolvam.

Chegaremos a algum lugar com este tipo de pensamento?

Há atores confiáveis para conduzir um processo de mobilização da comunidade, isentos de interesses pessoais, sejam políticos, financeiros ou religiosos?

Complicado...

Uma clara questão cultural.

É a lógica do cada um por si.

E o bom Deus para todos.

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