Papo do Editor

Brasil

Sidney Borges
Por mais que eu prestasse atenção eram muitos prestes a decifrar. Luís Carlos Prestes, Prestes Maia e Júlio Prestes, que ganhou, não levou e passou para a posteridade como estação de trem, sem o ex-presidente a enfeitar o nome. Quem tirou o doce da criança foi Getúlio Vargas, derrotado nas urnas, vitorioso na revolução. Como registro apenas, em Osasco havia 3 mil eleitores, Prestes teve 6 mil votos. De cabresto.

Era comum, ainda hoje é, mas tem custo. Nas últimas eleições o voto para vereador foi cotado a 50 reais. Não estou afirmando, foi o que disseram por aí. Não endosso pois não posso provar. Também não acredito que um candidato tenha investido 300 mil reais em uma vaga na Câmara Municipal. Se teve tamanha falta de juízo, vai ficar no prejuízo.

Não devemos acreditar em tudo o que o povo diz pelas esquinas. Só no que é verdade.

Os tenentes eram contra o voto de cabresto, queriam reforma agrária e leis trabalhistas. Também eram contra o capital internacional. Expulsaram Percyval Farquhar, dono de estradas de ferro e da Itabira Iron Ore Company, que depois de idas e vindas acabou trocando o nome para Vale.

Os tenentes freqüentavam a Igreja Positivista de Augusto Comte, filósofo francês pouco conhecido na França e muito influente no Brasil. Como National Kid, que foi ídolo no Brasil e é desconhecido no Japão, onde nasceu. Lá ninguém sabe que foi ele que salvou a Terra dos Incas Venusianos que queriam levar nossas tainhas para o espaço.

Getúlio ganhou a revolução, amarrou o cavalo no obelisco e vestiu a carapuça de ditador. Democracia, democracia, isso é lá com a tua tia. Meu avô gostava de Getúlio, antes dele as condições de trabalho eram terríveis, 12 horas por dia, sábados inclusive, sem férias e sem garantias. Se o patrão estivesse mal humorado, rua. Os tenentes influenciaram Getúlio que acabou promulgando uma versão tupiniquim da "Carta del Lavoro" de Mussolini.

No século XX o Brasil passou por gigantescas mudanças sociais sem derramamento de sangue. Do regime escravocrata à legislação trabalhista foram apenas 50 anos. Na duas últimas décadas avançamos muito. Tomara que continue assim...

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