Educação

Diretoria Regional admite presença de gangues em escolas públicas do município

Saulo Gil do Imprensa livre
Conflitos diários, agressões físicas entre alunos, intimidação de professores e até formação de gangues internas. Esta é a realidade cada vez mais comum nas escolas públicas de Ubatuba, segundo relatos da Diretoria de Ensino do Governo Paulista, responsável pelo Litoral Norte.

Para a supervisora, Marta Senghi Soares, a violência não é uma característica exclusiva das instituições de ensino, mas sim, reflexo de uma sociedade que sofre constantemente com o problema. Ela explica que, apesar das iniciativas pedagógicas em busca de paz nas escolas, o relacionamento entre alunos e também com os professores apresenta um quadro preocupante.

“Muitas vezes os conflitos não terminam na agressão física. No entanto, a intimidação está presente de forma intensa. São jovens que buscam a afirmação pela força e, para isso , chegam a criar até gangues internas, que contam com o apoio de mais integrantes no portão das escolas, durante os horários de saídas das turmas”, revela Marta Soares, ressaltando que, muitas vezes, adolescentes buscam até a ligação com o tráfico de drogas para conseguirem maior imposição entre colegas e professores.

“É uma situação complicada, onde até as meninas acabam agindo de forma violenta. Infelizmente, o diálogo não vem sendo uma das preferências dos jovens, na hora de resolver algum problema de relacionamento”, afirma a supervisora.

Esteves da Silva

Na semana passada, uma denúncia de pais e alunos da Escola Estadual Esteves da Silva foi divulgada pela rede Vanguarda (TV Globo). Segundo os relatos, as brigas se tornaram quase diárias na saída das aulas e, em dois casos, jovens saíram com ferimentos consideráveis. Para tornar a situação ainda mais grave, a instituição citada não leciona o ensino médio, o que significa que os alunos envolvidos nas agressões têm, em média, de 11 a 15 anos.

Segundo a supervisora Marta Soares, neste caso, ainda não existe indícios das participações de gangues. Para a pedagoga, o motivo das constantes brigas no local foi a licença tirada pela vice-diretora da escola que seria uma das pessoas mais respeitadas pelos alunos.

“A ausência dela pode ter criado uma sensação de impunidade entre os jovens o que resultou nessa onda de violência. Entretanto, nós atuamos imediatamente na instituição e os alunos envolvidos foram suspensos por três dias, com a obrigação de tarefas em casa neste período. Além disso, os pais foram convocados e mostraram indignação e vergonha com os fatos provocados por seus filhos”, explica Soares, relatando que as confusões foram causadas principalmente em função do término de namoros e amizades. Ainda segundo a Diretoria de Ensino, a situação na escola já foi controla da, mas a supervisão continuará intensa para evitar o surgimento de novas ocorrências.

Soluções

Como medida pedagógica contra a violência escolar, os professores buscam fortalecer e ampliar o diálogo entre alunos e professores. Segundo a Diretoria de Ensino da região, as normas e procedimentos presentes nas instituições públicas estão sendo repassadas aos jovens, para que eles tenham a consciência do ambiente em que estudam. Os alunos também poderão ter um espaço maior para reclamações e sugestões sobre as questões escolares.

“Uma das medidas e criar métodos em que as opiniões dos alunos cheguem à direção escolar. Além disso, com essa interação, pretendemos resgatar a questão da autoridade que representa o professor”, completa a supervisora da Diretoria Regional de Ensino do Governo de São Paulo, admitindo que a solução efetiva passa por toda uma questão social dos alunos.

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