Coluna da Segunda-feira

O que o município ganha com as pesquisas?

Rui Grilo
Uma das propostas da Agenda 21 de Ubatuba é organizar um banco de dados sobre as pesquisas realizadas no território do município e no Litoral Norte porque esses dados podem orientar e garantir melhores resultados para as ações a serem desenvolvidas para que haja um desenvolvimento sustentável.

Sabemos que o município é um imenso laboratório de pesquisas sobre recursos naturais pelo fato de 80% do seu território ser área de parque, incluindo áreas terrestres e marítimas, subordinadas à fundações e institutos de pesquisas. No entanto, os resultados dessas pesquisas não são divulgadas e não estão agrupadas em um local para consulta pelos moradores e pessoas interessadas.

A discussão dessa proposta surgiu pela necessidade das várias instituições que fazem parte da Agenda 21 encontrarem informações significativas e necessárias para a elaboração de um diagnóstico local, item necessário em toda solicitação de ajuda financeira a projetos a serem desenvolvidos. Assim, uma das grandes contribuições da Agenda 21 local foi a reunião de dados sobre a realidade local, o que permitiu uma maior participação e percepção dos problemas discutidos no Plano Diretor e no Projeto de Lei de Uso e Ocupação do Solo.

A própria existência da Agenda 21 de Ubatuba e do Litoral Norte e do Comitê de Bacias Hidrográficas facilitou a organização e a divulgação de dados da região. Para isso, a organização em rede, via internet, está sendo fundamental.

Nesta semana circulou pela rede o Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil, resultado de uma parceria entre a Fundação Instituto Osvaldo Cruz e a FASE – Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional, com apoio do Ministério da Saúde.

O Mapa apresenta cerca de 300 casos distribuídos por todo o país e georreferenciados. A busca de casos pode ser feita por Unidade federativa (UF) ou por palavra chave. Clicando em cima do caso que aparece no mapa por estado surge inicialmente uma ficha inicial com os municípios e populações atingidas, os riscos e impactos ambientais, bem como os problemas de saúde relacionados. Clicando na ficha completa do conflito aparecem as informações mais detalhadas, incluindo populações atingidas, danos causados, uma síntese resumida, uma síntese ampliada e as fontes de informação utilizadas.

No que se refere à Ubatuba há um histórico da formação do Quilombo da Caçandoca. Há também uma visão geral dos conflitos existentes na região e já denunciados pelos envolvidos nos conflitos:

“a atual política de unidades de conservação pode muitas vezes ser tão danosa a essas comunidades, quanto os próprios processos econômicos aos quais essa política pretende se contrapor. Há diversos exemplos de como a criação de unidades de conservação tem afetado negativamente as comunidades tradicionais. Ao colocar o homem como inimigo irreconciliável do mundo natural e impedir a permanência dessas comunidades em seus territórios tradicionais, ou impedir a prática de modos tradicionais de exploração do mesmo, acabam provocando a extinção de comunidades que poderiam ser parceiros do Estado na enorme tarefa de proteger centenas milhares de hectares de áreas valorizadas.”

Para ler na íntegra, consulte o site abaixo:
http://www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br/index.php
http://www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br/index.php?pag=ficha&cod=120


Rui Grilo
ragrilo@terra.com.br

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