Coluna do Celsinho

Vivo

Celso de Almeida Jr.
Quando eu era garoto, ficava no pé do meu avô para construirmos brinquedos de madeira.

Ele tinha uma pequena oficina, nos fundos de sua casa, no Itaguá.

Imagine...

Depois do almoço, ele tirava uma soneca.

Com pijama e tudo.

De repente, eu aparecia para por fim ao sossego merecido.

Ele se levantava, tomava um café...e pronto!

Eu farei o mesmo pelos meus netos?

Não sei. Vamos aguardar...

Quantas lembranças!

O pontalete de eucalipto que desdobrávamos na serra circular.

Aquele cheiro da madeira macia.

Lixar, furar, pintar, quantas passagens bacanas.

Fizemos de tudo.

Trenzinhos.

Caminhonetes.

Carrinhos de boneca.

Prateleiras estilizadas.

Depois, num bazar organizado na escola recém fundada, eu vendia aos pais dos alunos.

Poxa!

Que saudade!

Estou falando de 3 décadas atrás.

Onde estará o vovô?

Virou pó como aquele produzido com a lixa de madeira?

Pois é...

Ainda sinto a presença dele.

Morreremos todos?

Talvez o pensamento nos garanta a imortalidade.

Aliás, ficaremos nos corações de quem?

De quantos?

A lembrança em mentes diversas traduzirá realmente quem fomos nós?

Temos alguma missão a cumprir?

Fico confuso, leitor paciente.

Talvez, seja o fim de mês.

Pouco dinheiro, muitas contas.

Uma certa vontade de fabricar brinquedos.

Alimentar sonhos.

Voltar à bela infância.

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Comentários

Unknown disse…
Velhos tempos, velhos dias!
La se vai o tempo e com o tempo nossas vidas.

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