Papo do Editor

Discos voadores

Sidney Borges
Ontem participei de uma conversa sobre discos voadores que vai ser transmitida pela televisão. Um dos tópicos abordou a lenda da queda de um objeto voador, presumidamente alienígena, em terras ubatubanas, no final dos anos 50.

O local do sinistro teria sido Ubatumirim, outras versões falam no Perequê-Mirim. Nos destroços teria sido encontrado um metal parecido com alumínio, com grau de pureza além das possibilidades da tecnologia terrestre. A NASA levou para análise. Quem sabe para a Área 51, no deserto de Nevada, onde repousam os restos da nave que caiu em Roswell, no Novo México, em 1947.

Outra história do litoral norte, apurada por mim com exclusividade, refere-se aos trabalhos artísticos de um médico que vivia na Ilhabela nos anos 60. Era ufólogo amador e pintor e sempre que ouvia um boato sobre ovnis ia ao local, conversava com as testemunhas e fazia desenhos que eram reproduzidos em telas. Depois de alguns anos, no acervo havia ovnis de todos os tipos. Discóides, triangulares, em forma de charuto e de sino, escuros e com luzes brilhantes. Mais uma vez a NASA levou a coleção. A preço de Picasso.

No final dos anos 60, época do AI-5, eram comuns reuniões onde a conversa rolava solta madrugada afora. Uma história ficou famosa, sempre acontecida com o amigo do primo de alguém presente.

Falava de um casal viajando de fusca pelo sul da Argentina. Cansados resolveram parar e dormir um pouco. Quando seguiram viagem notaram que a paisagem era outra e, surpresos, perceberam que estavam adentrando à Cidade do México. Sem saber que atitude tomar pediram ajuda à polícia. Em poucas horas chegaram os homens da NASA que sem perda de tempo abriram a mala preta e levaram o fusca a preço de Rolls-Royce. Para onde ninguém sabe. Desconfio que jamais saberemos.

Depois de escutar o relato, com pequenas variações, tentei encontrar o casal. Na última tentativa me foi dito que estavam em Arembepe, na Bahia, onde fundaram a Igreja Intergaláctica", que não cobra dízimo e apregoa que Jesus Cristo é alienígena e teria vindo da constelação de Hórus, nos confins da Via Láctea. Com o tempo a viagem insólita acabou esquecida.

Depois de anos de pesquisas e leitura de centenas de livros, esgotei o tema. Não há novidades no campo da Ufologia. As histórias sempre se repetem mencionando complôs militares para esconder que não estamos sós no Universo. Faço apenas uma ressalva, vivendo em Ubatuba e conhecendo os meandros da política local, desconfio que a nave do Ubatumirim de fato existiu.

Os tripulantes sobreviveram, ficaram por aqui e procriaram.

O resultado pode ser apreciado nos políticos locais, verdadeiros alienígenas.

Com salarinhos minguados compram mansões e dirigem carrões. Magia pura!

Só marciano explica!

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