Eleições 2010

Planalto manda PT tirar viés estatizante do programa de Dilma

Ordem é para deixar claro no texto que ela manterá política econômica, com câmbio flutuante e metas de inflação

Vera Rosa, BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, não gostaram do tom do documento intitulado A Grande Transformação, que contém as diretrizes do programa de governo petista. Lula e Dilma avaliaram que o texto passa a imagem errônea de que um governo chefiado pela ministra representará uma guinada à esquerda e terá caráter estatizante. Não foi só: querem agora que o PT deixe claro no programa que Dilma manterá os fundamentos da política econômica, como câmbio flutuante, metas de inflação e ajuste fiscal.


O incômodo do presidente e da pré-candidata do PT em relação ao conteúdo do documento - que será apresentado no 4.º Congresso Nacional do partido, de 18 a 20 deste mês, em Brasília - foi transmitido ontem pelo Planalto aos integrantes da Executiva Nacional petista. Dilma reclamou que nem mesmo viu o texto, obtido pelo Estado e publicado na edição do último dia 5, e ficou surpresa com a repercussão negativa da proposta.
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Nota do Editor - A ministra Dilma ficou surpresa com a repercussão negativa da proposta. Com lupa de sherlock leio nas entrelinhas: "a banca não gostou". Foi logo avisando que o sinal vermelho estava na iminência de ser ultrapassado. Começaram a aparecer aqui e alí elogios ao topete de Serra. Lula não é bobo, sabe que sem banca nada feito. Ou mantemos a política econômica ou damos com os burros n'água, disse "Nosso Guia". Logo virá a segunda carta ao povo brasileiro dando certeza a bancos e empreiteiras que tudo continuará como d'antes. E, antes do por do sol, haverá uma terceira missiva, desta vez com a chancela tucana. No texto escrito com tinta dourada haverá um parágrafo tecendo loas à continuidade. Quanto aos políticos da base dá para imaginar como agirão Sarney e Collor. Em caso de vitória de Serra esquecerão Lula e proclamarão apoio incondicional ao governo. Se há governo, são a favor. (Sidney Borges)

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