Circo da Notícia

Os cinco minutos

Carlos Brickmann no Observatório da Imprensa (original aqui)
Há muitos e muitos anos, um cavalheiro se apresentou ao chefe de reportagem de um grande jornal paulista e propôs uma pauta: mostrar como era frágil a segurança dos bancos. O jornalista se entusiasmou, designou repórter e fotógrafo, colocou um carro do jornal à disposição do grupo. O cavalheiro que liderava a comitiva provou tudo o que queria: enganou a segurança, assaltou o banco e sumiu com o dinheiro, deixando repórteres e motorista para explicar-se à polícia. E para explicar ao dono do jornal que tinham participado de um assalto a banco.

Não, não são coisas passadas. Há pouco, uma rede de TV, sabe-se lá por que motivo, alugou um táxi clandestino para gravar um programa no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Deu azar: a polícia interceptou o táxi. Deu mais azar ainda: para fugir da polícia, o motorista do táxi acabou ferindo um fiscal do aeroporto.

O grande escritor italiano Dino Segre, codinome Pitigrili, hoje meio fora de moda, dizia que todos os seres humanos estavam sujeitos a cinco minutos diários de imbecilidade. A diferença entre os gênios e as pessoas comuns é que, em seus minutos de imbecilidade, os gênios não faziam nada. Pois é: tem gente que exatamente nesses minutos tem espasmos de hiperatividade.

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