Editorial

Destruindo vamos vivendo

Sidney Borges
Ontem vi na televisão dois técnicos falando sobre prevenção de catástrofes em áreas de risco. Papo interessante, acontece todos os anos. Meses depois das vítimas enterradas ninguém mais fala no assunto. Até a próxima catástrofe.

Falaram de Angra dos Reis, que juro, quando conhecí, em 1972, só pensei em desabamentos.

Também falaram de Blumenau, bola da vez de 2008. Consta a lenda que quando o vilarejo que posteriormente seria a cidade foi erguido, houve problemas com os índios, que se sentiam donos da terra. Quando, no entanto, os desbravadores brancos começaram a roçar áreas ribeirinhas os índios apenas observaram. Perguntados responderam que aquela terra não era deles, era do rio. O rio um dia iria reclamar. Reclamou.

Os mortos? Mortos devem ser enterrados e ponto final.

Por falar em morte, há algo estranho na forma como o Brasil trata a orla e a exploração do turismo. O petróleo, fonte de recursos, está nas mãos da Petrobras que sabe como administrar as riquezas do sub-solo. O orla brasileira, com praias belíssimas, poderia também ser fonte de recursos. Mas não há uma Petrobras para cuidar dela, está em mãos de prefeituras e câmaras.

O resultado pode ser traduzido em poluição, especulação imobiliária predatória, comércio ilegal e outros males já cantados em prosa e verso.

Não há no horizonte sinais de mudanças. Meu raciocínio vale para a faixa litorânea que se estende do Oiapoque ao Chuí. Lamentável.

O Brasil rasga dinheiro.

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Comentários

Malheiros disse…
Não, Sidney. Acho que não. O dinheiro não é rasgado, é muito bem utilizado - por alguns.

Carlos

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