Opinião

As multinacionais brasileiras

Editorial do Estadão
Se a valorização da moeda nacional em relação ao dólar dificulta as exportações das empresas instaladas no Brasil, de outra parte o real forte lhes dá mais cacife para aquisição do controle de companhias estrangeiras, participação em seu capital ou fusão com algumas de suas unidades, além de instalação de subsidiárias. Por exemplo, dois grandes grupos nacionais, a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) e a Camargo Corrêa, estão disputando a aquisição do controle ou fusão de uma de suas unidades com a portuguesa Cimpor, que opera em 13 países, inclusive no Brasil.

O negócio em perspectiva chama a atenção do mercado, mas não é extraordinário. Existem hoje dezenas de empresas brasileiras com braços no exterior, que podem ser consideradas como autênticas multinacionais. Essa evolução, sem dúvida, tem sido possibilitada pelos bons fundamentos da economia, pela vitalidade do mercado de capitais e pela boa reputação de empresas originárias do País.

Não se pode dizer que tais empresas, em sua maioria, sejam de capital puramente nacional, já que às vezes estão associadas a companhias internacionais ou, como as inscritas no Novo Mercado da BM&F Bovespa, têm papéis negociados na Bolsa de Nova York.

Pode-se dizer que a expansão das empresas brasileiras no exterior é uma contrapartida dos investimentos estrangeiros diretos (IEDs) que têm afluído ao Brasil em volumes cada vez maiores. Segundo as estimativas correntes, os IEDs devem ter alcançado US$ 28 bilhões em 2009 (o total líquido até novembro era de US$ 26,68 bilhões, segundo o Banco Central - BC). Estima o mercado que os IEDs somem US$ 37,5 bilhões este ano, podendo superar a casa de US$ 40 bilhões.

Uma boa parte desse dinheiro ingressa no País para a compra ou associação com indústrias manufatureiras, agroindústrias e empresas de serviço. O inverso também ocorre, ou seja, empresas do Brasil estão indo às compras no exterior. Dados do BC indicam saídas de investimentos diretos brasileiros de US$ 6,58 bilhões em 2009 (até novembro), total que pode aumentar bastante com a recuperação da economia mundial.
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