Opinião

Austeridade zero em 2010

Editorial do Estadão
O governo federal não fará nenhum esforço para controlar seus gastos em 2010, ano de eleição, mas o presidente Lula promete não abandonar uma "política fiscal séria". A seriedade, segundo ele, será mantida no próximo ano e conservada no caso de vitória da candidata Dilma Rousseff. Seria uma promessa animadora, se a atual política fosse de fato responsável. Mas o continuado inchaço da folha de salários e de outros gastos de baixa produtividade mostra o contrário. "Não faremos arrocho salarial", disse o presidente num café da manhã com jornalistas, em Brasília. "A máquina pública estava desmantelada, destruída e atrofiada", acrescentou, referindo-se, presumivelmente, ao estado da administração pública no começo de seu primeiro mandato. De lá para cá houve mudanças: mais empreguismo, mais aparelhamento e salários mais altos - mas nenhuma melhora sensível no serviços públicos e na gestão das políticas federais.

O Orçamento da União para o próximo ano apenas confirma a tendência de pouca produtividade e muita rigidez nas despesas públicas - rigidez para baixo, naturalmente. Os parlamentares conseguiram, como em anos anteriores, mexer na proposta do Executivo e aumentar a previsão de gastos - com destaque para a folha de pessoal e outros itens de custeio. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, promete um resultado fiscal melhor que o de 2009, com a receita novamente em alta. A promessa inclui o cumprimento da meta de superávit primário equivalente a 3,3% do PIB, abandonada neste ano.

Essa meta vale para o conjunto do setor público e o resultado financeiro deve ser usado para o pagamento de juros. Mas o endividamento do Tesouro deverá aumentar, e uma das causas será o novo financiamento de R$ 80 bilhões prometido ao BNDES.
Leia mais

Twitter

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mosca-dragão

Pegoava?

Jundu