Brasil

Prêmio Nobel Krugman vê risco de “bolha Brasil”

Maurício Savarese
Do UOL Notícias, em São Paulo
Os pesados fluxos de recursos para o Brasil ameaçam o país de haver uma bolha financeira semelhante às que atingiram México, o sudeste asiático e o leste europeu, afirmou nesta terça-feira o prêmio Nobel de Economia 2008, Paul Krugman, professor da Universidade Princeton e colunista do “The News York Times”, que participou de evento em São Paulo.


Em entrevista a jornalistas, Krugman disse que a superação da crise internacional pelo Brasil foi “uma história feliz”, mas a sobrevalorização do real, a falta de infraestrutura e o baixo nível de educação da população brasileira são entraves importantes para que o país se torne uma “superpotência econômica”.

“Dizer que o Brasil é uma boa história não é o mesmo que dizer que se tornará uma superpotência econômica no ano que vem, e é isso que os mercados estão dizendo”, declarou Krugman.

O economista afirmou que o cenário econômico brasileiro “não é de apocalipse, não é a Argentina, mas não é saudável”.

Krugman brincou ao dizer que uma das vantagens do Brasil em relação ao restante do mundo “é o fato de que vocês odeiam banqueiros”.

“Nos Estados Unidos, se alguém fala em ajudar o Goldman Sachs, o cidadão médio fica preocupado, acha que é importante. Aqui, politicamente, não faz sentido.”

O prêmio Nobel elogiou o sistema bancário brasileiro, menos exposto a empréstimos de alto risco, como os que vitimaram a economia americana no ano passado, em especial no mercado imobiliário. (original aqui)

Nota do Editor - Obviamente não é preciso ser economista nem ter sido laureado com o prêmio Nobel para constatar que no Brasil o banco empresta 10 se você tiver 20. Vem daí a solidez do sistema. Bancos privados, por suposto, bancos oficiais tem outros critérios. Com Fernando Collor presidente tramitou um processo de empréstimo no Banco do Brasil. Caiu na mesa de um amigo, funcionário de carreira, dedicado e cumpridor dos manuais. O cliente não apresentava garantias, meu amigo vetou a transação. No outro dia veio a ordem de Brasília: empreste. Ele emprestou, o cliente nunca pagou nem vai pagar, embora viaje de jato particular e tenha apartamento em Paris. Para o banco foi um mau passo, contabilizado nas perdas. Para o meu amigo foi o início de um pesadelo. Com o fim do governo Collor ele teve de justificar a assinatura na concessão do empréstimo. O ex-chefe de Brasília, responsável pela patranha, já estava aboletado em outra sinecura e lavou as mãos. O dinheiro entra no Brasil por conta dos juros altos e das garantias que o governo dá. Há reconhecimento, o mundo capitalista aplaude o apreço de Lula pelos princípios fundamentais do capitalismo. Se a dinheirama deixar de entrar acaba o milagre. O baixo nível educacional é o maior entrave ao desenvolvimento do país. Mas é tratado com sabedoria pelos propagandistas do governo. Há um certo orgulho quando acontece um tropeço gramatical do presidente. (Sidney Borges)

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