Quinta-feira

Verão. Começou cedo. E quente...

Sidney Borges
As estações do ano radicalizaram. O inverno permaneceu até outubro com madrugadas frias e cobertores. Waal! Cobertor em Ubatuba em outubro! Em mais de 40 anos na cidade não me lembro de ter usado nada além de lençol. Agora esquentou de vez. Parece um forno. Ou seria o inferno?

Ontem foi finalmente decidido que Battisti vai. Ops! Estamos no Brasil, sempre cabe recurso. Lula dará a palavra final. O ex-terrorista que vem ocupando a mídia por muito tempo é um criminoso e deve pagar pelos erros. De certa forma está pagando, vive na incerteza.

Na época em que Battisti cometeu os crimes a Itália vivia em plena democracia. A esquerda tinha assentos no parlamento, não havia censura nem perseguições políticas. Comunistas andavam leves, livres e soltos pelas ruas, alguns cuspindo na burguesia decadente, outros olhando apetitosas criancinhas. É voz corrente que comunistas comem criancinhas. Há um tal de Lugo, no Paraguai...

"Idealistas" das extremas direita e esquerda não entendiam (ainda não entendem) o processo democrático, acho que cometi um quase pleonasmo. Enfim, não existem democratas extremistas, pelo menos não violentos.

A direita achava o governo frouxo e explodia bombas em estações ferroviárias matando dezenas de burgueses, ou seja, gente como nós que trabalhamos, pagamos impostos e vamos aos estádios torcer.

Para os extremistas somos alienados.

A esquerda seqüestrava empresários e políticos, Renato Curcio e sua Brigate Rosse justiçaram o democrata cristão Aldo Moro, ex-Primeiro Ministro da Itália.

Em troca do quê? De holofotes talvez.

Mesmo nesse clima de incerteza a Itália não editou nada parecido ao AI-5 que privou os brasileiros de liberdade. A democracia italiana combateu o terrorismo dentro da lei.

Em agosto de 2007 a atriz francesa Fanny Ardant expressou admiração pelos combatentes das Brigadas vermelhas e classificou Renato Curcio como heroi de um movimento apaixonado. Um princípio básico da democracia é respeitar opiniões alheias, ainda que sejam idiotas.

Pois foi em plena vigência democrática que Cesare Battisti do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) assassinou 4 burgueses, um deles joalheiro, símbolo do capitalismo decadente.

Condenado à prisão perpétua conseguiu fugir e depois de muitas andanças chegou ao refúgio dos criminosos do cinema. Rio de Janeiro. Içaaaa. Praias, mulatas e futebol.

Preso, em 2007, Battisti foi considerado refugiado político pelo ministro Tarso Genro. Ontem o STF decidiu pela "extradição mas não é bem assim", ou seja, deu um jeitinho brasileiro.

Quem vai dizer se Battisti vai ou fica é o presidente Lula. Situação que classifico como batata quentíssima nas mãos.

Nos Estados Unidos tem gente que não gosta da democracia, odeia pretos, judeus, hispânicos e orientais. Um doido varrido desses explodiu um edifício em Oklahoma matando centenas de americanos.

Timothy Mc Veigh é o nome da sumidade. Preso e condenado à morte foi executado.

Faço uma pergunta aos leitores. Os 167 assassinatos de Mc Veigh foram crimes políticos ou fruto de insanidade? O que diria Tarso Genro?

Inacreditável o Palmeiras. Como torcedor do tricolor dei muitas risadas. Sem conseguir ganhar do adversário os verdes brigaram entre si e deram adeus ao título. Talvez até à Libertadores.

E a confusão em Honduras? Zelaya continua hospedado em nosso hotel, digo em nossa embaixada. O povo não está nem aí, Honduras está na Copa.

Honduras, Honduras, Honduras...

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