Opinião

A produção industrial no fim do ano

Editorial do Estadão
A produção industrial apresentou um crescimento de 0,8% no mês de setembro. É o nono resultado mensal positivo consecutivo. Não se trata, porém, de um sinal de boa marcha, pois é 7,8% menor do que em setembro do ano passado e o acumulado dos nove primeiros meses do ano ficou 11,6% abaixo do que em igual período de 2008.

Calcula-se que 2009 apresentará produção industrial com queda entre 6% e 7%, como resultado da crise internacional sobre a atividade econômica. No entanto, quando se compara a evolução da produção física industrial com a do consumo interno, pode-se estranhar o rumo invertido de ambas. Uma parte dessa evolução paradoxal pode ser explicada pela queda das exportações de produtos manufaturados numa economia mundial em crise, enquanto a apreciação do real ante o dólar tornava os produtos brasileiros menos competitivos e o câmbio desvalorizado da China permitia a esse país substituir alguns itens brasileiros.

O impacto das importações seguramente atingiu ainda mais a indústria nacional. O fato de que as exportações, para os dez primeiros meses, acusaram retração menor de que as importações (20,3% ante 22,2%) deve ser interpretado com cuidado, pois o Brasil aproveita a sua posição de grande exportador de commodities, cujo preço não sofreu queda tão forte quanto a dos bens manufaturados , enquanto a indústria caminha para uma situação de montadora importando componentes.
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